Confiança do mercado dependente dos testes de stress aos bancos
Na opinião dos analistas da Ernst&Young, os testes de stress aos bancos europeus devem ser credíveis para restaurar a confiança do mercado, admitindo, contudo, que, no futuro, o crescimento dos empréstimos deverá permanecer lento.
Victor Jorge
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A previsão de crescimento do PIB global da zona euro é, segundo o Financial Services Eurozone Forecast da Ernst & Young, modesta – de 2% este ano deverá descer para 1,6% em 2012 e, em seguida, em média 2% entre 2012 e 2015, além da possibilidade de poder verificar-se um aumento da dívida soberana –, salientando ainda a consultora que “estes são tempos de incerteza para grande parte do sector dos serviços financeiros europeus”.
Marie Diron, senior economic adviser to the Ernst & Young Financial Services Eurozone Forecast, que analisa a perspectiva macroeconómica actual e as suas implicações para o sector dos serviços financeiros europeus, sublinha “existirem duas ou três velocidades na perspectiva económica a médio prazo. Países como a Alemanha e a França irão registar um incremento médio de 2,2% nas suas taxas de crescimento, enquanto que nas economias periféricas, caso da Grécia, da Irlanda, da Espanha e de Portugal, esse crescimento será, na melhor das hipóteses, de 1,2%”.
Esta emergente divisão Norte/Sul terá significativas implicações para as instituições financeiras, particularmente para aquelas que funcionam numa base pan-europeia. Na Alemanha, por exemplo, há previsão para um crescimento de 4% ao nível dos empréstimos bancários; em Espanha a tendência é para a contracção da tendência na ordem dos 5%.
Andy Baldwin, Ernst & Young Financial Services Managing Partner for Europe, Middle East, India and Africa, salienta que “ao longo da última década alguns bancos alemães e franceses expandiram os seus empréstimos e operações de negócio para o Sul e Leste da zona euro. Não é por isso surpresa que eles já estejam a dar o seu contributo para resolver a crise. Eles irão trabalhar em estreita colaboração com os respectivos governos para assegurar uma resolução ordenada”.
O novo reforço do teste de stress exigido pela Autoridade Bancária Europeia vai revelar esta semana o quanto reais são as alegações dos bancos europeus e o quanto serão capazes de sobreviver a uma eventual crise de crédito – relatos credíveis irão ajudar a combater o elevado grau de incerteza que perturba o sector financeiro. Face há 12 meses atrás, os dados preliminares mostram-se agora mais positivos.
A desaceleração do crédito na zona euro ao longo dos últimos anos parece estar para durar, indica a Ernst & Young, admitindo que “a história sugere que o crescimento dos empréstimos tende a permanecer lento por mais cinco anos, particularmente ao nível do crédito à habitação e da crise bancária”.
Há o risco de que a futura regulamentação tenha um impacto negativo sobre a economia da zona euro, que possa levar os bancos a alterar o seu mix de negócios. Por exemplo, regras mais apertadas sobre a ponderação do risco dos activos poderia proteger a banca nalguns segmentos de mercado que são considerados mais arriscados – PME e empreendedores individuais.
Marie Diron conclui: “Na zona euro continua a pairar o risco de default, o que a verificar-se traria graves consequências sobre o sector financeiro. Governos, bancos centrais e todas as instituições financeiras devem / precisam de encontrar estratégias comuns para garantir que a crise não se transforme em tragédia”.