Transparência
Pedro Barbosa, Docente da EGP-University of Porto Business School (EGP-UPBS) escreve sobre a transparência.
Hipersuper
Mercadona abre supermercado em Leiria
MO reabre loja remodelada em Sintra
Estudo Benchmarking Supply Chain da GS1 sinaliza necessidade de maior colaboração e foco na digitalização
Portfolio Vinhos com a representação exclusiva do produtor espanhol Marqués de Riscal
Grupo os Mosqueteiros reforça apoio aos bombeiros
Centros comerciais Alegro distinguidos com o selo Superbrands 2024
InPost supera os 11 mil pontos pack e lockers em Portugal e Espanha
Grupo Paulo Duarte investe 1,1 milhões de euros na aquisição de seis veículos autobetoneiras
CVR Lisboa confirma vindimas com quebras acima das previsões mas vendas batem recordes absolutos
Mira Maia Shopping com novas aberturas e remodelações no último quadrimestre
Durante demasiados anos algumas empresas de crédito abusaram da forma leviana como publicitavam os seus produtos financeiros, tal era a concorrência e vontade de ganhar quotas de mercado rapidamente, num cenário de crescimento alavancado na banca. Anos de queixas, reclamações e inconsistências na informação levaram o regulador a condicionar a publicidade, exigindo uma pré-validação pelo Banco de Portugal, que também não estava preparado para essa função. O resultado é um desinvestimento em publicidade neste sector, que afectou os meios de forma muito relevante. Os que mantêm esses investimentos são de tal forma condicionados que questionam a sua continuidade face a regulações exageradas e inflexíveis.
A pior coisa que um gestor pode fazer é não aprender com os erros. Com os seus erros, e com os erros dos demais operadores do mercado. Ora o que antes acontecia no sector financeiro começa agora, muito lentamente, a acontecer também em alguns sectores da distribuição. Começando pelas colecções “normais” onde aparecem timidamente peças de anos anteriores “para ver se passa” e acabando em preços não marcados para poder marcar à medida do cliente, há um pouco de tudo a acontecer em alguns sectores.
Mas realmente preocupante são as campanhas de promoções que enganam deliberadamente o consumidor, sobretudo quanto têm grande impacto mediático. Podem ser dramáticas, não só pelo descrédito que criam hoje nos consumidores, mas porque podem elas próprias gerar futuras regulações indesejadas por todos – até pelos consumidores. Exemplos? Se uma campanha atribui um desconto de 40% num mês e mais 20% numa outra compra no mês seguinte, como pode alguém sugerir que o desconto é de 60%?
A tentação de vender mais hoje a qualquer custo pode condicionar o amanhã de todos. A ética de cada um tem de ser suficiente para que não se condicione o futuro da comunicação de todo o sector. E devem ser as marcas da grande distribuição, supostamente mais bem preparadas na comunicação, a garantir as melhores práticas do mercado.
O consumidor sabe dar valor à transparência e à confiança. Das empresas de distribuição e das marcas espera uma postura séria e transparente. Espera poder confiar nas palavras e nas promessas divulgadas sob a forma de publicidade. É responsabilidade das empresas de retalho e das marcas comercializadas criar e manter esses níveis de confiança, sob pena de se comprometer irremediavelmente a relação com o mercado, com prejuízo para todos.
Pedro Barbosa, Docente da EGP-University of Porto Business School (EGP-UPBS)