Internacionalização como resposta a recessões internas
Os retalhistas encontraram na internacionalização a resposta às perspectivas negativas de crescimento interno.
Victor Jorge
Mercadona abre supermercado em Leiria
MO reabre loja remodelada em Sintra
Estudo Benchmarking Supply Chain da GS1 sinaliza necessidade de maior colaboração e foco na digitalização
Portfolio Vinhos com a representação exclusiva do produtor espanhol Marqués de Riscal
Grupo os Mosqueteiros reforça apoio aos bombeiros
Centros comerciais Alegro distinguidos com o selo Superbrands 2024
InPost supera os 11 mil pontos pack e lockers em Portugal e Espanha
Grupo Paulo Duarte investe 1,1 milhões de euros na aquisição de seis veículos autobetoneiras
CVR Lisboa confirma vindimas com quebras acima das previsões mas vendas batem recordes absolutos
Mira Maia Shopping com novas aberturas e remodelações no último quadrimestre
Segundo o novo estudo “What’s in store for European retail 2012?”, publicado pela consultora imobiliária global Cushman & Wakefield (C&W), a internacionalização parece ser a resposta que os retalhistas encontraram para a falta de crescimento registado nos diversos mercados internos.
“Um número crescente de retalhistas e investidores estão a reforçar a sua actividade além fronteiras e a expandir internacionalmente em resposta a uma economia europeia debilitada”, revela o estudo da consultora.
Segundo as previsões da Cushman&Wakefield, em 2012, deverá assistir-se a um acentuar ainda maior desta expansão internacional das principais marcas, referindo, contudo, a manutenção da “cautela dos retalhistas no seu crescimento”, sendo extremamente rigorosos nos seus objectivos de minimizar custos e maximizar margens. O enfoque mantém-se ainda nas localizações prime, com especial destaque para o comércio de rua das grandes capitais.
“É já visível por parte de alguns retalhistas, uma maior atenção para os mercados emergentes ou para as cidades secundárias em mercados maduros”, admitindo a consultora que “esta é ainda uma tendência incipiente, estando actualmente o maior enfoque nas localizações prime e em activos de qualidade”.
Em Portugal, o comércio de rua está em contra-ciclo com os restantes formatos de retalho, tendo nos últimos anos registado um crescimento significativo, especialmente na cidade de Lisboa, para onde continua a haver procura por parte de retalhistas internacionais.
Assim, a C&W prevê que “a redução dos níveis de consumo continue a marcar os próximos anos”, pelo que a estratégia dos retalhistas deverá passar pelo enfoque na “inovação, qualidade e diferenciação”.
Além disso, a aderência à venda de produtos através da Internet tem sido uma das estratégias seguidas, como forma de servir todo o País sem respectivo investimento em lojas físicas.
A nível global, a corrida para os retalhistas adaptarem os seus modelos de negócio à nova tendência de e-commerce e m-commerce (mobile) já começou, melhorando a experiência do consumidor com uma oferta multicanal. “Estas novas formas de comércio, via Internet ou telefone, serão seguramente canais de venda representativos para o futuro”, admite a C&W.
Em suma, a necessidade de eficiência, de avanço tecnológico e de qualidade e boa localização nos imóveis serão as preocupações principais dos retalhistas em todos os mercados europeus, de acordo com o estudo da C&W.
De acordo com Marta Esteves Costa, associate e directora de research e consultoria da Cushman&Wakefield em Portugal, “as perspectivas para a evolução do consumo em 2012 têm ainda um elevado grau de incerteza, se por um lado a expectativa de níveis de inflação e de taxas de juros mais baixos poderão impulsionar o poder de compra em 2012, por outro os ainda baixos níveis de confiança dos consumidores aliados a uma crise de dívida soberana por resolver, não permitem concluir sobre uma recuperação robusta e sustentada já em 2012”.
Desta forma, a responsável da consultora refere que “a dicotomia no mercado de retalho europeu será uma certeza em 2012”.
Um consumo prudente e um foco no preço por parte dos consumidores, têm, segundo Marta Esteves Costa “beneficiado os retalhistas e lojas com preços mais baixos como o Lidl, Aldi, Primark e H&M, os quais estão a expandir os seus portfólios, enquanto os mais ricos e mais protegidos da turbulência da economia em especial, continuam a comprar o melhor assegurando que muitos retalhistas de comércio de luxo continuem a prosperar”.