Bruxelas lança parcerias de inovação nas matérias-primas e agricultura
Bruxelas acaba de propor uma acção decisiva que visa enfrentar os grandes desafios em áreas de importância crucial para o crescimento e o emprego: abastecimento de matérias-primas e agricultura sustentável.
Victor Jorge
Mercadona abre supermercado em Leiria
MO reabre loja remodelada em Sintra
Estudo Benchmarking Supply Chain da GS1 sinaliza necessidade de maior colaboração e foco na digitalização
Portfolio Vinhos com a representação exclusiva do produtor espanhol Marqués de Riscal
Grupo os Mosqueteiros reforça apoio aos bombeiros
Centros comerciais Alegro distinguidos com o selo Superbrands 2024
InPost supera os 11 mil pontos pack e lockers em Portugal e Espanha
Grupo Paulo Duarte investe 1,1 milhões de euros na aquisição de seis veículos autobetoneiras
CVR Lisboa confirma vindimas com quebras acima das previsões mas vendas batem recordes absolutos
Mira Maia Shopping com novas aberturas e remodelações no último quadrimestre
A Comissão Europeia propôs um plano de acção decisivo para visa enfrentar os grandes desafios com que a sociedade se vê confrontada em áreas de importância crucial: abastecimento de matérias-primas e agricultura sustentável.
Partindo do pressuposto de que estas áreas exigem um esforço de inovação mais concertado entre os sectores público e privado a fim de melhorar a qualidade de vida e a posição da Europa como líder global, a Comissão lançou duas novas Parcerias Europeias de Inovação (PEI) – Matérias Primas e Produtividade e Sustentabilidade Agrícolas.
As PEI seguem uma nova abordagem no que diz respeito a toda a cadeia de investigação-desenvolvimento-inovação, reunindo intervenientes públicos e privados através de fronteiras e sectores a fim de acelerar a aceitação da inovação. Cada uma delas visa um objectivo ambicioso a atingir até 2020 e espera-se que comecem a produzir resultados dentro de um a três anos.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, declarou que “precisamos de inovar para colocar de novo a Europa na via do crescimento e da criação de emprego, bem como para enfrentar grandes desafios como o acesso às matérias primas, a agricultura sustentável. As Parcerias Europeias de Inovação permitirão derrubar barreiras, eliminar pontos de estrangulamento e concentrar os nossos esforços nos resultados que são importantes para os nossos cidadãos e as nossas empresas”.
A Parceria Europeia de Inovação constitui um novo conceito criado no âmbito da iniciativa emblemática “União da Inovação” da Estratégia Europa 2020. O objectivo é corrigir as deficiências, os pontos de estrangulamento e os obstáculos existentes no sistema europeu de investigação e inovação que bloqueiam ou retardam o desenvolvimento de boas ideias e a sua introdução no mercado.
Entre estes, contam-se investimentos insuficientes, regulamentação ultrapassada, ausência de normas e fragmentação dos mercados. Cada parceria é gerida por um Grupo Director presidido por um Comissário Europeu ou por Comissários com responsabilidade no ou nos domínios políticos em causa. A estes associam-se representantes dos Estados-Membros (ministros), deputados, líderes da indústria, investigadores, sociedade civil e outros intervenientes fundamentais.
As PEI identificam o que é necessário fazer para ultrapassar os pontos de estrangulamento – desde a continuação do desenvolvimento de tecnologias até um enquadramento adequado dos mercados e a estimulação da procura – e dinamizam acções entre os sectores público e privado, não substituindo, no entanto, os programas de financiamento nem os processos de regulamentação, proporcionando antes uma plataforma de cooperação comum.
“O abastecimento de matérias-primas, que é actualmente o elemento vital da indústria de alta tecnologia, está sujeito a uma pressão crescente”, salienta a CE em nota de imprensa quanto à Parceria de Inovação para superar escassez de matérias-primas da Europa. A fim de aumentar a produção própria da Europa, no âmbito da proposta de criação de uma Parceria Europeia de Inovação sobre Matérias-Primas, os esforços conjuntos de inovação apoiarão a prospecção, extracção e transformação das matérias-primas.
Já no que toca à Parceria Europeia de Inovação para a Agricultura, a Comissão liderada por Durão Barroso salienta que a segurança alimentar é “um dos maiores desafios a nível mundial nos próximos anos”, estando previsto um aumento de 70% da procura mundial de produtos alimentares até 2050 (FAO), acompanhado de um acentuado aumento da procura de alimentos para consumo animal, fibras, biomassa e biomateriais. No entanto, esse desafio é acompanhado por um abrandamento no crescimento da produtividade – em boa parte devido a uma redução do investimento em investigação agrícola – e pelo aumento da pressão sobre o ambiente e os recursos naturais.
A título de exemplo, a Comissão apresenta os seguintes números: “45% dos solos europeus apresentam problemas em termos da sua qualidade. Cerca de 40% dos terrenos agrícolas são vulneráveis à poluição por nitratos e, ao longo dos últimos 20 anos, verificou-se uma redução de 20-30% no número de aves das terras agrícolas”.
Em suma, “o grande desafio para a agricultura no futuro não é apenas produzir mais, mas também produzir de uma forma sustentável”, salienta a CE, considerando ainda que “estes desafios não serão enfrentados sem um impulso importante no sentido da promoção da investigação e inovação – e, em especial, sem uma relação mais estreita entre os investigadores, agricultores e outros intervenientes de forma a podermos acelerar o ritmo da transferência de tecnologias da ciência para a prática agrícola e permitir um feedback mais sistemático sobre as necessidades práticas entre a agricultura e a ciência”.
A Parceria Europeia de Inovação “Produtividade e Sustentabilidade Agrícolas” tem por objectivo proporcionar uma interface operacional entre a agricultura, a bioeconomia, a ciência e outros domínios a nível da UE, nacional e regional. Funcionará igualmente como um catalisador com vista a reforçar a eficácia das acções relacionadas com a inovação apoiadas pela Política de Desenvolvimento Rural, bem como pela Investigação e Inovação da União.
O Comissário responsável pela Agricultura e Desenvolvimento Rural, Dacian Cioloş, concluiu que “o principal desafio para a agricultura no futuro não se resume a como produzir mais, mas também a como produzir melhor. A promoção da investigação e inovação orientada pela procura, bem como uma melhor difusão das melhores práticas, serão factores essenciais para este fim”.