Nestlé traça plano para combater trabalho infantil na indústria de cacau
A Nestlé vai desenvolver junto das comunidades da Costa do Marfim um “novo esforço para impedir a utilização de trabalho infantil, em áreas de cultivo de cacau”, anuncia a maior empresa de alimentação do Mundo
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Rita Gonçalves
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A Nestlé vai desenvolver junto das comunidades da Costa do Marfim um “novo esforço para impedir a utilização de trabalho infantil, em áreas de cultivo de cacau, através da sensibilização e formação da comunidade local por forma a identificarem crianças em risco e intervirem, sempre que surja algum problema”, explica a multinacional.
A iniciativa faz parte de um plano de acção elaborado pela Nestlé, em resposta ao relatório produzido pela Fair Labor Association (FLA) em relação à cadeia de abastecimento do cacau proveniente deste país do Oeste Africano.
Este plano foi desenvolvido para promover a sustentabilidade e as melhores práticas de trabalho na cadeia de fornecimento do cacau, que foram definidas no Plano do Cacau da Nestlé (The Cocoa Plan).
“A existência do trabalho infantil na nossa cadeia de abastecimento do cacau vai contra tudo o que representamos. Tal como o relatório da FLA deixa claro, nenhuma empresa de explorações agrícolas de cacau da Costa do Marfim pode garantir que isso não aconteça, mas o que podemos dizer é que a luta contra o trabalho infantil é uma prioridade para a nossa companhia”, sublinha José Lopez, Vice-Presidente Executivo de Operações da Nestlé.
Formação
A FLA conclui que o trabalho infantil é uma realidade nas explorações de cacau na Costa do Marfim e tem raízes na combinação de vários factores, que incluem a pobreza e a situação sócio-económica dos agricultores e das suas famílias.
“A Nestlé não possui ou opera directamente em explorações agrícolas na Costa do Marfim, mas pode ter um impacto positivo na mudança das condições de vida dos agricultores, devido à sua influência positiva junto dos fornecedores e devido ao volume de cacau que adquire neste país”.
A Nestlé “concebeu nas últimas semanas um plano exaustivo para dar resposta às inquietudes demonstradas pela FLA, e acredita que, com o trabalho conjunto com as comunidades locais, é possível criar um acompanhamento sólido e um sistema de monitorização que permite medir as melhorias das condições de trabalho e o trabalho infantil neste país”.
A empresa comprometeu-se a comprar este ano “10% do total das suas necessidades de fava de cacau a agricultores abrangidos pelo Plano do Cacau Nestlé”. Em 2015, o objectivo sobe para os 15%.
“Mais de 6.000 produtores de cacau na Costa do Marfim receberam formação em 2012 e cerca de 800.000 plantas de cacau de elevada qualidade foram distribuídas aos agricultores. Em 2015, a Nestlé pretende formar mais de 24.000 agricultores no país”.