Microsoft compra divisão de telemóveis da Nokia
A Microsoft concluiu a compra da unidade de telemóveis da Nokia, por cerca de 5,4 mil milhões de euros
Rita Gonçalves
Mercadona abre supermercado em Leiria
MO reabre loja remodelada em Sintra
Estudo Benchmarking Supply Chain da GS1 sinaliza necessidade de maior colaboração e foco na digitalização
Portfolio Vinhos com a representação exclusiva do produtor espanhol Marqués de Riscal
Grupo os Mosqueteiros reforça apoio aos bombeiros
Centros comerciais Alegro distinguidos com o selo Superbrands 2024
InPost supera os 11 mil pontos pack e lockers em Portugal e Espanha
Grupo Paulo Duarte investe 1,1 milhões de euros na aquisição de seis veículos autobetoneiras
CVR Lisboa confirma vindimas com quebras acima das previsões mas vendas batem recordes absolutos
Mira Maia Shopping com novas aberturas e remodelações no último quadrimestre
O grupo informático norte-americano Microsoft concluiu a compra da unidade de telemóveis da Nokia, numa operação de cerca de 5,4 mil milhões de euros.
“Esta aquisição marca o primeiro passo para juntar estas duas empresas numa equipa”, disse em comunicado a Microsoft, indicando que a operação afecta cerca de 25 mil trabalhadores em todo o mundo.
O ex-presidente da empresa finlandesa Nokia, Stephen Elop, ocupará a vice-presidência executiva da área de dispositivos da Microsoft e reportará ao responsável da Microsoft, Satya Nadella. A partir desse cargo, Elop vai supervisionar as operações que incluem os telefones e `tablets` Lumia, os telefones móveis da Nokia, as consolas Xbox e Surface e os programas Perceptive Pixel.
Nos últimos anos, a Nokia passou de líder indiscutível do mercado para uma máquina de perder dinheiro.
Por um lado, é difícil explicar como uma empresa de um país de apenas cinco milhões de pessoas próximo ao Pólo Norte foi capaz de dominar por mais de uma década o mundo das telecomunicações, um dos setocres de tecnologia mais competitivos e em constante mudança.
Da mesma forma, não é fácil resumir as razões que causaram o rápido declínio da Nokia depois da revolução que a Apple fez no mercado de `smartphones` (telefones inteligentes) com o seu primeiro modelo de iPhone, em 2007.
Quando o iPhone apareceu, a Nokia tinha um domínio esmagador, ao fabricar um em cada três telefones móveis e cerca de 40% dos `smartphones` que se vendiam no mundo, mais do que os seus três principais rivais juntos.
No entanto, esse ano foi fatídico para a Nokia. A maioria dos analistas concorda que grande parte culpa pelo declínio da empresa está relacionada com a falta de visão e soberba dos seus administradores.
A falta de visão impediu a empresa de adivinhar o gosto do consumidor, razão pela qual foram recusadas algumas das inovações dos seus próprios engenheiros que, anos mais tarde, se tornariam grandes modas, como a tela sensível ao toque ou o `tablet` electrónico.
A gigante finlandesa fabricou o seu primeiro `tablet`, o Nokia 510, em 2001, nove anos antes de a Apple tornar moda esses dispositivos com o iPad, mas nunca o chegou sequer a pô-lo à venda.
Também lançou o primeiro telemóvel com ecrã tátil, o Nokia 7710, em 2004, três anos antes do iPhone, mas logo depois retirou-o do mercado e deixou de desenvolver essa tecnologia.
A soberba, por outro lado, fez os executivos da Nokia não se juntarem às tendências do mercado de maior sucesso. Enquanto empresas como Samsung, LG e HTC foram rápidas em apontar para a moda dos `smartphones` com ecrã tátil, adotando um sistema operativo externo (Android, da Google), a Nokia insistiu em manter os seus próprios sistemas (Symbian e MeeGo) para poder diferenciar-se.
O resultado foi que, em 2012, a Samsung ganhou a liderança global à Nokia e o trono dos `smartphones` à Apple, graças principalmente aos esforços de outros, já que adaptou o `design` do iPhone, incorporou o sistema operativo da Google e pagou pelo uso de patentes telefónicas da Nokia .
Então, a Nokia reagiu e, em resultado da cooperação com a Microsoft, nasceu a gama de `smartphones` Lumia, mas que mal conseguiu entrar no mercado
O sector de tecnologia, ao fim e ao cabo, consiste em inovação e em modas, com os dispositivos mais inovadores a não conseguirem ter sucesso se não forem capazes de criar uma febre contagiosa entre os consumidores.
A venda agora do negócio de telefones móveis da Nokia à Microsoft põe fim a uma era para a empresa finlandesa, mas também pode significar a salvação.
A divisão de Dispositivos e Serviços é actualmente o maior problema da empresa. Em 2013 foi responsável por 46% dos 23.444 milhões de euros que o grupo facturou e teve um prejuízo de 780 milhões de euros.
Desde que o acordo entre Nokia e Microsoft foi conhecido, a 03 de Setembro, que as acções da empresa finlandesa subiram 78% na Bolsa de Helsínquia.
A partir de hoje, a Nokia fica dedicada principalmente à fabricação e manutenção de redes de telecomunicações e contará ainda com dois outros departamentos que continuarão a desenvolver mapas digitais e serviços de geolocalização e a gerir o extenso portefólio de patentes de telefones móveis.
Com Lusa