Estudo. Botswana continua a ser a economia emergente mais transparente
Uma classe média em crescimento, melhorias nas infraestruturas e avanços tecnológicos levaram a que metade das primeiras dez posições do índice de atratividade dos mercados emergentes seja ocupada por estados africanos
Rita Gonçalves
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Apesar das recentes dificuldades sentidas nas principais economias dos países emergentes, estes mercados mantêm-se como uma boa alternativa de investimento, segundo a publicação “Emerging & Frontier Markets”, divulgada pela Cushman & Wakefield.
A terceira edição do estudo – que inclui um índice de risco associado por país – revela a forma como nos últimos 20 anos o cenário da economia global se alterou, com os investidores a procurarem cada vez mais elevadas taxas de retorno dos países emergentes. “Estes mercados também se tornaram particularmente atrativos para as empresas, que desta forma respondem à estagnação sentida nas economias mais maduras”.
O continente africano demonstra um desempenho “particularmente positivo”, segundo o estudo. “Fatores como uma classe média em franco crescimento, melhorias nas infraestruturas e avanços tecnológicos, aliados a um mercado imobiliário com crescente transparência, levaram a que metade das primeiras dez posições do índice seja ocupada por estados africanos”.
Botswana mais atrativo
No índice de 2015, o Botswana mantém-se como o país mais atrativo para os ocupantes. “Outros estados africanos que fazem parte do top 10 são a África do Sul, o Gana, Marrocos e a Tunísia. No entanto, há grande diversidade do continente africano, pois Angola, a República Democrática do Congo e o Zimbabwe surgem nas últimas posições do índice. A situação frágil do mercado angolano percecionada por ocupantes e investidores tem tido efeitos negativos não só no próprio país, mas também em Portugal, tendo em conta a estreita relação económica entre ambos os países”, nota o estudo.
Embora o sudoeste asiático seja uma das regiões do mundo com o crescimento mais acelerado, com os VIP (Vietname, Indonésia e Filipinas) a registarem “um desempenho económico muito positivo”, os três países caíram no ranking em 2015, sendo as principais razões “alterações nos regimes de propriedade”, no caso do Vietname e das Filipinas, e “os custos de registo de propriedade”, no caso da Indonésia.
No continente americano, o estudo destaca a performance do Uruguai que subiu 16 posições, ocupando em 2015 a 2ª posição do ranking; e do Panamá, que passou da 27ª posição para a 7º. lugar. “Nestas geografias os principais pontos a favor são as perspetivas de desaceleração económico no curto prazo que se traduzem em expetativas de descida nas rendas, fator favorável para empresas que se queiram localizar nestes países”.