Fenómeno “urberização” é a maior preocupação de líderes empresariais
A IBM lançou ontem em Portugal o estudo “Redefining Boundaries: Insights from the Global C-suite Study”, realizado pelo Institute for Business Value da empresa de tecnologia. A cerimónia de apresentação decorreu no Palácio Foz, em Lisboa
Ana Catarina Monteiro
Mercadona abre supermercado em Leiria
MO reabre loja remodelada em Sintra
Estudo Benchmarking Supply Chain da GS1 sinaliza necessidade de maior colaboração e foco na digitalização
Portfolio Vinhos com a representação exclusiva do produtor espanhol Marqués de Riscal
Grupo os Mosqueteiros reforça apoio aos bombeiros
Centros comerciais Alegro distinguidos com o selo Superbrands 2024
InPost supera os 11 mil pontos pack e lockers em Portugal e Espanha
Grupo Paulo Duarte investe 1,1 milhões de euros na aquisição de seis veículos autobetoneiras
CVR Lisboa confirma vindimas com quebras acima das previsões mas vendas batem recordes absolutos
Mira Maia Shopping com novas aberturas e remodelações no último quadrimestre
A IBM lançou ontem em Portugal o estudo “Redefining Boundaries: Insights from the Global C-suite Study”, realizado pelo Institute for Business Value da empresa de tecnologia. A cerimónia de apresentação decorreu no Palácio Foz, em Lisboa.
“Pela primeira vez” nas três edições do estudo C-Suite da IBM, todos os executivos inquiridos identificam a tecnologia como a força externa mais importante a afetar a sua empresa, independentemente do setor. A cloud, as soluções de mobile, a Internet das Coisas e as tecnologias cognitivas são as áreas de valor que os líderes consideram que oferecem mais oportunidades na adaptação dos negócios às mudanças de mercado. Quanto aos entraves, 68% dos entrevistados aponta para a segurança de TI (Tecnologia de informação) como o risco número um do negócio.
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, abriu ontem o encontro promovido pela IBM em Lisboa, para a apresentação da edição de 2015 do estudo global para o qual foram entrevistados 5 200 CEOs (Chief executive Officers), CMOs (Chief Marketing Officers) e CFOs (Chief Financial Officers), assim como outros executivos de C-Level (líderes de topo) de empresas públicas e privadas, de mais de 70 países, incluindo 37 em Portugal, num total de 21 setores.
O fenómeno “urberização”, que representa o aparecimento de novos concorrentes no mercado até agora considerados improváveis, tornou-se na principal preocupação dos executivos de todo o mundo. “O momento que vivemos sendo disruptivo e constantemente dinâmico exige a transformação dos modelos de negócio e das organizações, de forma contínua como nunca antes experimentámos. A disrupção digital que vivemos conduz, por um lado, a uma enorme quebra das barreiras de entrada em praticamente todos os setores e, por outro, a uma alteração das cadeias de valor tradicionais. O que revoluciona por completo indústrias e cria novos modelos de negócio, em que as regras do jogo são completamente alteradas”, explica António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal.
54% dos executivos assumem que esta convergência da indústria – “nova realidade com concorrentes a surgirem de setores diferentes” – será o fator que mais afeta o negócio das empresas entre os próximos três a cinco anos. A análise conclui que as organizações que mostram “melhor desempenho em relação aos concorrentes do mesmo setor” dão prioridade às “capacidades cognitivas” para responder a esta mudança de mercado.
O estudo recomenda que as empresas usem, “por exemplo, a análise preditiva e cognitiva” para conseguirem “prever com maior clareza” o que poderá vir a acontecer e, assim, ganhar vantagem competitiva face aos seus concorrentes.
70% dos líderes pretende expandir rede de parceiros
A concorrência é hoje muitas vezes “invisível” com o surgimento de modelos de negócio no mundo digital. “Estas empresas, mais pequenas e ágeis por não gerirem infraestruturas pesadas, procuram chegar a uma parte importante da cadeia de valor, ignorando as empresas já estabelecidas e assumindo o controlo na relação com o cliente, ofuscando os outros fornecedores”.
Para se anteciparem em relação aos invasores digitais, 48% dos executivos entrevistados admitem a necessidade de uma tomada de decisão mais descentralizada, 54% procuram inovação adicional em fontes ou parcerias externas e 70% tem planos para expandir a rede de parceiros.
“Muitos dos gestores entrevistados admitem abertamente que sentem dificuldade em identificar que desafios se seguem e só metade está de facto a ter em conta as opiniões dos clientes”. Apesar de já em 2013, no estudo da IBM Global C-Suite Study, 60% dos CEOs darem a entender a intenção de envolver diretamente os seus clientes, “implementando o seu feedback no processo de negócio”, dois anos depois “é ainda uma lacuna que não ficou resolvida”.
No estudo de 2015, a maioria dos executivos prevê mudar a forma como as suas organizações interagem com os clientes. 81% diz estar interessado em criar experiências mais digitais com os consumidores e 66% em torná-las mais individualizadas.
“Como em todos os momentos de mudança, algumas empresas irão inovar e liderar de forma disruptiva, e outras irão ficar para trás. O grande desafio é de visão e de liderança, que exige aos líderes e às organizações, que não se transformem apenas, mas que o façam de forma contínua. Isto significa que têm que ter a capacidade de constantemente entender, antecipar e satisfazer as necessidades dos clientes, atualizando os canais tradicionais e investindo em novos – os digitais, por exemplo, com capacidades cognitivas”, concluiu António Raposo de Lima.