Pedro Queiroz, diretor-geral da FIPA
Entrevista FIPA: Produção agroalimentar deverá crescer “entre 2 a 3% este ano”
Entrevista a Pedro Queiroz, diretor-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA)
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Entrevista a Pedro Queiroz, diretor-geral da Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA).
Quais os números de produção da indústria agroalimentar portuguesa em 2016?
De acordo com previsões da FIPA, o volume de negócios da indústria agroalimentar nacional atingiu 15300 milhões de euros.
Quais os setores mais representativos?
De acordo com os dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), os setores mais representativos, em termos de volume de negócios, são: produtos cárneos (15,36%), produtos de padaria (11,09%) e vinho (10,52%).
Em termos de crescimento (valor do volume de negócios), comparando 2015 com 2016, os setores que mais cresceram foram óleos e gorduras animais e vegetais, vinho, águas minerais naturais e de nascente e padaria.
Qual a evolução esperada este ano?
Apesar de se continuar a registar um crescimento económico lento e muito dependente de vários fatores externos e um poder de compra estagnado, acreditamos que este setor possa crescer entre 2% a 3% continuando a ser alavancado pelas exportações.
Qual o peso desta indústria no PIB?
A indústria agroalimentar tem uma contribuição total (direta e indireta) para o PIB na ordem dos 4,5% e prevê-se alguma estabilidade neste valor.
Há novas empresas a integrar o tecido empresarial português?
Entre 2014 e 2015, foram criadas 1080 novas empresas agroalimentares, o que representa 16,5% do total de novas empresas da indústria transformadora.
Onde estão as oportunidades de crescimento no mercado nacional?
Apesar de uma ligeira recuperação, o mercado nacional continua pouco dinâmico. Para crescer em valor, esta indústria terá que continuar a apostar na diferenciação e na inovação.
Como tem evoluído a oferta?
A indústria agroalimentar tem colocado boa parte das suas energias na inovação ao nível dos produtos, dos processos, das embalagens e das próprias marcas. Hoje temos pela frente a necessidade de unir recursos para dar resposta às principais tendências: smart shopping, saúde e bem-estar, confiança, conveniência e experiência.
A customização da oferta e a atuação por nichos de mercado é o espaço natural das PME exportadoras portuguesas?
É um caminho. Quanto não há grande dimensão é importante a aposta no valor acrescentado e na qualidade dos produtos. As marcas têm, cada vez mais, de oferecer atributos superiores e comunicar o seu valor adicional aos consumidores.