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A fábrica das tradicionais amêndoas de Portalegre já reabriu, totalmente remodelada, quatro anos após ter sido encerrada pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), disse à Agência Lusa um dos responsáveis da unidade fabril.
“Foi bastante complicado estar estes anos todos sem fazer as amêndoas, tanto a nível monetário, como psicológico. Para nós, foi muito complicado acabar, mas agora estamos prontos para continuar a tradição”, afirmou Joaquina Vintém.
A fábrica das amêndoas de Portalegre, que trabalha sazonalmente, fechou portas em Fevereiro de 2008, após a ASAE ter “aconselhado” o seu encerramento por “falta de espaço”.
De acordo com a responsável da unidade, a fábrica reabriu na sequência de um projecto desenvolvido por um dos seus filhos, Marco Vintém, contando com a colaboração dos pais para garantir a produção e “manter a tradição” das amêndoas de Portalegre.
“A fábrica iniciou os trabalhos há poucos dias num espaço totalmente remodelado. Nós, por norma, começávamos a trabalhar logo a seguir ao Carnaval, mas desta vez foi um pouco mais tarde”, indicou.
Joaquina Vintém adiantou que as amêndoas já estão a ser comercializadas, embora tenham “perdido vários clientes” que, na sequência da crise financeira, encerraram os seus espaços comerciais.
Este produto típico da região de Portalegre conquistou ao longo dos anos um vasto mercado, tendo adquirido, até à data em que encerrou as suas portas, uma percentagem significativa de clientes na região de Lisboa e Porto.
“Agora temos que reconquistar o mercado. Para este ano ainda não vamos investir no mercado de Lisboa e Porto, mas vamos fazê-lo no futuro”, acrescentou.
As amêndoas de Portalegre, produzidas de forma artesanal há cerca de um século pelos familiares de Joaquina Vintém, constituem um dos “cartões-de-visita” da região, sobretudo na época da Páscoa.
Produzidas à base de amêndoas provenientes de amendoeiras da região, o doce é confeccionado em duas caldeiras aquecidas (género betoneiras).
Nas caldeiras, que rodam sem parar cerca de oito horas, tempo que dura a produção, os produtores colocam açúcar e chocolate suficiente até a amêndoa ganhar a textura e o seu tamanho normal.
As caldas são produzidas à parte, em tachos de cobre.
As amêndoas de Portalegre têm um preço de mercado de dez euros o quilograma (mais IVA), sendo também comercializadas em pacotes de 250 gramas.