Como rastrear matérias-primas da origem até ao garfo, por Zetes
A actual polémica de fraude de alimentos ilustra o dilema que enfrentam os fabricantes de alimentos, que procuram compensar o aumento dos custos com a necessidade de operar um negócio sustentável
Rita Gonçalves
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A actual polémica de fraude de alimentos, que está a afectar os produtores e revendedores de refeições prontas à base de carne, ilustra perfeitamente o dilema que enfrentam os fabricantes de alimentos, que procuram compensar o aumento dos custos com a necessidade de operar um negócio sustentável.
As condições de mercado exigem que os fabricantes de alimentos produzam alimentos de qualidade a preços baixos, ainda que esta prioridade comercial precise ser equilibrada com a procura dos consumidores pela origem e segurança alimentar.
A complexa cadeia de abastecimento existe porque é permitido que os fabricantes de alimentos procurem fontes de matérias-primas, com os melhores preços possíveis, na rede pan-europeia de fornecedores e comerciantes. No entanto, esta prática não deve comprometer a qualidade dos alimentos ou os níveis de segurança para o consumidor. Os fabricantes de alimentos que pretendem garantir que algo como a actual crise de contaminação de carne de cavalo afecte as suas próprias reputações, devem olhar para o acesso em tempo real da informação, crítica do negócio do produto nas operações de cadeia de abastecimento. Soluções de rastreamento baseadas na nuvem e ligadas para garantir a identificação do produto, fornecem o meio perfeito para a visibilidade e a imediata da proveniência do produto e dos seus ingredientes.
As soluções de rastreabilidade baseadas na nuvem oferecem a capacidade de armazenar virtualmente informação segura sobre o produto em tempo real, servindo de repositório de dados de informação de rastreabilidade.
Se os fornecedores, sub-fornecedores e parceiros comerciais forem obrigados a armazenar informação relativa às suas fontes de matéria-prima e movimentos de registo do produto em toda a cadeia de abastecimento, os fabricantes e retalhistas que vendem produtos de marca própria iriam reduzir a fraude relacionada com os alimentos na sua cadeia de abastecimento.
Ao armazenar informação virtualmente na nuvem, as matérias-primas podem ser rastreadas numa cadeia de abastecimento complexa, literalmente da origem até ao garfo. Para os retalhistas, também significa que a recolha de um determinado produto pode ser gerida com maior facilidade e as prateleiras serem imediatamente limpas. Em última análise, se um fornecedor intencionalmente etiquetar mal os ingredientes, pouco há a fazer para ser evitado. No entanto, fabricante e revendedor podem insistir que os fornecedores gravem as origens e os movimentos de todos os produtos dentro da cadeia de produção e melhorar os níveis de transparência.
Não há dúvida que a cadeia de abastecimento de alimentos tornou-se mais complexa. Os fabricantes de alimentos e retalhistas precisam efectuar uma mudança dentro da indústria para se protegerem a si e aos consumidores de fraude. Mantendo os dados de forma segura através da colaboração num repositório na nuvem, torna-se possível para um fabricante recuperar rapidamente a informação de um produto específico. Ao fazer isto, o resultado vai melhorar a rastreabilidade que permitirá melhorar a qualidade e segurança do produto, controlar o mercado paralelo e eliminar a falsificação – em última análise, proteger a reputação da marca e minimizar o impacto das recolhas dos produtos para os consumidores, fabricantes e retalhistas.
Por Zetes Portugal