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“O Ministério da Economia necessita ter uma Secretaria de Estado da Indústria”

Constituída em 1987, a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares reúne empresas e associações que dinamizam este setor fundamental para Portugal. Em 2022, esta indústria transformadora contribuiu para a […]

Ana Grácio Pinto
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“O Ministério da Economia necessita ter uma Secretaria de Estado da Indústria”

Constituída em 1987, a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares reúne empresas e associações que dinamizam este setor fundamental para Portugal. Em 2022, esta indústria transformadora contribuiu para a […]

Sobre o autor
Ana Grácio Pinto
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Jorge Tomás Henriques FIPA Fotografia Frame It

Jorge Tomás Henriques, presidente da FIPA

Constituída em 1987, a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares reúne empresas e associações que dinamizam este setor fundamental para Portugal. Em 2022, esta indústria transformadora contribuiu para a economia nacional com um volume de negócios de 22,4 mil milhões de euros e um valor acrescentado bruto de 3,8 mil milhões de euros. Emprega mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos. “Hoje, a indústria agroalimentar portuguesa produz ao nível do melhor que se faz na Europa e pelo resto do mundo”, destaca Jorge Tomás Henriques, presidente da Federação, em entrevista ao Hipersuper.

Em que aspetos a FIPA tem contribuído para a visibilidade da indústria agroalimentar?
Ao longo, sobretudo das duas últimas décadas, a indústria agroalimentar e bebidas tem evoluído de uma forma notória em diversos aspetos. Quer do ponto de vista tecnológico, quer da gestão dos ativos – tem acompanhado a modernização e evolução deste setor que tem acontecido um pouco por todo o mundo e sobretudo na Europa.
Em Portugal foi importante uma primeira fase, a da consolidação da segurança alimentar. A FIPA esteve envolvida numa grande campanha, que promoveu através de vários meios, e que visava assegurar e consolidar as questões da segurança alimentar. Esse foi um caminho que ganhamos. Hoje, a indústria agroalimentar portuguesa produz ao nível do melhor que se faz na Europa e pelo resto do mundo, com segurança e, sobretudo, olhando para as necessidades dos consumidores numa sociedade moderna. E este é um salto qualitativo enorme que este setor deu, a par da modernização de todos os ativos industriais.

Porque, no seu entender, este setor é, ou deve ser considerado, estratégico para Portugal?
Efetivamente, uma das mensagens que temos passado, e tem sido nossa batalha ao longo dos anos, é o facto deste setor não ter sido olhado, nomeadamente pelo poder político, como um setor estratégico. E quando dizemos que é um setor estratégico é porque ele tem todas as condições para acrescentar valor, em primeiro lugar, à produção primária. Tem todo o potencial para produzir mais para consumo interno, com toda a sofisticação que esta indústria assumiu nos últimos anos, diminuindo muitas das importações que fazemos, podendo aumentar as exportações que Portugal tem estado a realizar e que têm sido um dos aspetos fulcrais para este setor. Portanto, o primeiro aspeto que consideramos importante é a valorização da produção primária: a utilização e valorização das matérias-primas. Podermos, ao valorizar a produção primária, fazer um abastecimento de proximidade tanto quanto possível e de acordo com a disponibilidade que este mercado vai ter.
Depois, consideramos que este setor, sobretudo para as zonas mais desfavorecidas do interior, contribui de forma decisiva para o emprego. Já não falo dos aspetos económicos, ou seja, do que este setor fatura e do que contribui para a economia nacional com valor acrescentado bruto. Em 2022, contribuímos com mais de 3,8 mil milhões de euros em termos de VAB. E a faturação, em 2022, segundo o INE, passou já os 22 mil milhões de euros. E emprega diretamente mais de 112 mil pessoas, e indiretamente contribui para mais de 500 mil empregos.

É dos setores que mais emprega em Portugal?
É um dos setores da indústria transformadora que mais emprega, sobretudo se considerarmos todo o emprego indireto ao longo do país.
Mas um dos aspetos determinantes é a sua contribuição para o emprego local, nomeadamente nas zonas do interior onde este setor situa as suas unidades industriais. E, sobretudo, a contribuição para a coesão e para a ocupação do território. Estas indústrias têm uma grande importância em zonas como o Alentejo. Basta dizer que, juntamente com a pecuária, o setor da indústria alimentar contribui com mais de 25% para o emprego no Alentejo. Portanto, estamos a falar de um setor que tem a ver com a utilização do território, uma forma correta e sustentável.

Porém, no âmbito do documento ‘Um Compromisso Nacional para a Indústria Agroalimentar – Prioridades Estratégicas’, entregue aos representantes dos partidos com assento parlamentar, antes das eleições, a FIPA afirma que ‘os últimos governos e representantes do povo na AR não têm olhado para a indústria agroalimentar como setor estratégico para o país”. Que explicações encontra?
Em primeiro lugar, temos de dizer que a economia, nos últimos anos em Portugal, também não tem sido olhada, de uma forma geral, de uma maneira muito atenta e, sobretudo, criteriosa. Pensávamos, relativamente à questão das indústrias transformadoras, que Portugal podia viver alegremente sem uma indústria forte e competitiva. Este foi um erro quer cometemos nas últimas décadas.
Hoje o país necessita de se reindustrializar. Mas para recuperar o tempo perdido ao longo dos anos, precisamos consolidar um conjunto de infraestruturas de que Portugal não dispõe, não olhou para elas atentamente. E, sobretudo, recuperar esta ideia de que temos de produzir a nível industrial. Não foi apenas um problema de Portugal, foi também europeu, nomeadamente com a deslocalização de muitas indústrias para outras geografias. Mas Portugal cometeu um erro ainda maior, porque deixou de olhar de uma forma atenta e construtiva para a sua agricultura e deixou de olhar para a indústria alimentar. E até de alguma forma podemos dizer que confundiu isto tudo. Não só não olhou atentamente como, por outro lado, não gerou políticas que pudessem ser a base de sustentação de um setor como este.
As questões de que falamos hoje – da burocracia, do licenciamento, da desatenção e da desadequação dos últimos anos às políticas agroalimentares – foram, do nosso ponto de vista, um erro estratégico que Portugal criou e do qual tem de sair, no sentido de adequar a sua base industrial às necessidades dos consumidores. E, sobretudo, há uma situação que é crucial: a de melhorarmos a competitividade da nossa economia.

Nesse caso, coloco-lhe duas questões relacionadas com a política fiscal: o IVA zero no cabaz de 44 produtos básicos deveria regressar? E há margem de descida do IVA de 23% para 6% nos produtos agroalimentares? A FIPA defende uma uniformidade de percentagem de IVA cobrado…
Fomos os primeiros a dizer de uma forma clara e objetiva que, nas circunstâncias que estávamos a viver no decurso de uma pandemia, de uma guerra na Europa e da inflação galopante com consequências enormes para as famílias e para as empresas, fazia todo o sentido, naquele momento, naquelas circunstâncias, aplicar o IVA zero a um conjunto de produtos alimentares. Por outro lado, também achamos numa primeira fase que ele se deveria ter prolongado ao longo de 2024, por uma razão bem simples: não só a inflação ainda não baixou para níveis que possamos admitir como seguros e sustentáveis no tempo, como o poder das famílias continua numa enorme baixa histórica.
Esta é uma circunstância. Mas aquela que defendemos ao longo dos anos é a questão do edifício fiscal em sede de IVA dos produtos alimentares. Este é um problema de fundo e que tem, de uma forma determinante, complicado a competitividade deste setor. Olhando para Espanha, e vendo como esta indústria tem sido ao longo dos anos sustentada com políticas que lhe permitem hoje ser competitiva a nível mundial, basta ver a questão fiscal: hoje, na generalidade dos produtos, o IVA em Espanha não está na taxa máxima, uma parte substancial está na taxa reduzida, que é de 4%, e uma outra parte está na taxa de 10%, equivalente à nossa intermédia que é de 13%. E estamos apenas a falar de Espanha, porque se falarmos da média europeia, o nosso IVA dos produtos alimentares está muito acima.
O que nós defendemos, e temos apresentado em cada uma das legislaturas, é a revisão do IVA dos produtos alimentares. Sempre defendemos que os produtos deviam passar para a taxa de 6%. E também dissemos, de uma forma prudente, que isso tinha de ser feito ao longo de uma legislatura. Não é um trabalho para um Orçamento de Estado, é um trabalho de uma legislatura, porque, por um lado, tem de ser reposta a questão da competitividade fiscal, e por outro lado o equilíbrio que hoje não existe neste edifício de IVA construído ao longo dos anos e que, como costumo dizer, é uma manta de retalhos.
Há outra questão sem sentido: colocar na taxa máxima, produtos que são da maior inovação, onde são feitos investimentos enormes. O que acontece é que o tempo passa e em cada ciclo político não tem sido encontrada uma solução para a estabilização desta situação.
É por isso que nós, na legislatura que se iniciou agora, começamos a apresentar aos partidos políticos um documento à cabeça do qual está a questão da adequação da política fiscal à competitividade, quer em termos de IVA, quer em termos dos impostos especiais ao consumo que foram criados para alguns produtos sem nenhum sentido, do nosso ponto de vista. Porque apenas penalizam e não têm nada a ver com a questão da saúde dos portugueses. Por exemplo, foi o que aconteceu com as bebidas refrescantes que para além de estarem já no IVA de 23% ainda foram penalizados com o Imposto Especial ao Consumo (IEC). O ‘pensamento’ do legislador era diminuir o consumo destes produtos, mas a reformulação que tem acontecido ao longo dos anos foi iniciada antes da criação deste IEC. Não foi necessário nenhum imposto para que as empresas começassem a adequar produtos à necessidade dos consumidores. E é o que temos vindo a fazer no setor, em todas as categorias de produtos, ao longo dos anos.

Quais são as expectativas da FIPA face ao Orçamento de Estado para 2024? Que alterações deveriam ser introduzidas, na hipótese de haver um orçamento retificativo?
Nós não temos nenhuma expetativa quanto à estratégia que este governo vai seguir em termos da política económica e, nomeadamente, do Orçamento de Estado. Fizemos as críticas que tínhamos de fazer, achamos que ele não foi tão longe quanto deveria ter ido, nomeadamente em matéria fiscal. Portanto, não temos nenhuma expetativa de que um orçamento retificado que venha agora possa trazer já as alterações que achamos importantes para este setor.
No entanto, com todos os partidos que concorreram às eleições, nomeadamente com os que já tinham assento parlamentar, discutimos um conjunto de prioridades que foram consubstanciadas no documento ‘Um Compromisso Nacional para a Indústria Agroalimentar – Prioridades Estratégicas’ para esta XVII Legislatura. Iremos também apresentá-las aos grupos parlamentares. Queremos discutir com o novo governo e o novo parlamento, uma estratégia séria que vise acompanhar a melhoria da competitividade da indústria agroalimentar. Nós temos vindo a defender um verdadeiro Ministério Agroalimentar, que tenha como visão um país moderno e uma sociedade moderna com exigências qua não têm nada a ver com as de algumas décadas atrás.

Pedem mais diálogo entre o Ministério e a indústria agroalimentar?
Exatamente. Um ministério que ouça, que dialogue e que implemente políticas que sejam verdadeiramente necessárias ao país e privilegiem o entendimento dentro da fileira agroalimentar, utilizando todos os instrumentos que tem ao seu dispor. Privilegiando, naturalmente, a competitividade do setor e adotando políticas que permitam a construção de uma economia sustentável, mas competitiva.
E o que tem acontecido, diria até, nas últimas décadas é que não se tem olhado de uma forma atenta e objetiva para as necessidades do setor agroalimentar no seu todo. Nomeadamente naquilo que são as políticas na fileira, privilegiando o diálogo e a seguir a aplicação de políticas que permitam que o nosso país e a economia portuguesa se modernizem e possam gerar maior competitividade, por um lado, e, por outro lado melhorem a produtividade.

Ao falar-se em políticas para a indústria agroalimentar, há que referir os apoios no âmbito do PRR e do Portugal 2030. A FIPA pede uma adequação destes dois programas ao setor. Que tipo de adequação?
Em primeiro lugar, achamos, e tivemos ocasião de o dizer publicamente: o PRR não olhou de uma forma objetiva para as necessidades da economia, nomeadamente, para as das empresas. De uma forma geral, o que foi dito e feito, foi um PRR que privilegiou, sobretudo, o setor público e não atendeu às necessidades das empresas, nomeadamente às do setor da indústria alimentar. Desde logo, nos apoios necessários à inovação. Mesmo na área da digitalização, achamos que as agendas mobilizadoras criadas não são as necessárias para transformar o país de uma forma decisiva.
Quando dizemos que é necessário um maior número de apoios, estamos a falar numa série de áreas, e não apenas do ponto de vista financeiro. Estamos a falar da construção de políticas que verdadeiramente permitam transformar-nos num país moderno, capaz de responder a longo prazo aos desafios da sociedade. Achamos que isso não tem sido feito. Ou seja, as políticas que têm sido construídas nos últimos anos não são políticas estruturais que visem a transformação do país.

São imediatistas?
Têm um carater imediatista, sem dúvida alguma. E, sobretudo, visam responder a determinadas reivindicações momentâneas. O que defendemos é uma estratégia de longo prazo, uma consolidação de uma visão estratégica para o país. Achamos que o quadro legislativo que tem sido criado nos últimos anos não é eficaz. A questão da burocracia continua a ter um peso enorme nos constrangimentos que o país vive e que, naturalmente, afetam esta indústria.
Basta referir a questão do licenciamento industrial, a forma como é complexo, como se estende por um tempo que não é o tempo da indústria, que não é o tempo dos investidores. E se ainda por cima, como acontece neste setor, há a necessidade de ter aprovações ambientais, então ainda o processo demora mais. E Portugal, neste capítulo, precisa continuar a atrair investimento estrangeiro, investimento que traz atrás de si, inovação e tecnologia.
Ora, o tempo que é gasto em Portugal com a burocracia – com as questões que se prendem ao licenciamento, com todas as questões relacionadas com a justiça e a apreciação de determinados casos que se prolongam sem uma noção clara de qual é o tempo do investidor – prejudica naturalmente a atração de investimento. Que é um dos aspetos importantes para a continuação da modernização de um setor que tem de inovar diariamente.
Portanto, achamos que os apoios, quer em termos de um quadro financeiro, quer depois em termos de um quadro legislativo, não são os adequados às necessidades de um setor como o nosso.

O que devem priorizar as políticas públicas de incentivo à inovação no setor?
Os incentivos públicos para apoio às empresas devem promover a compra dos serviços às entidades do sistema científico e tecnológico nacional. Esse é um dos aspetos importantes e não é isso que neste momento acontece.
Da mesma forma que deve apoiar e consolidar a articulação com as outras entidades de reconhecido interesse estratégico para o país. Permitir a adequação e a aproximação às universidades, de onde sai muita da investigação e da inovação que é produzida. Apoiar, sobretudo, mecanismos que visem a deslocalização de todo este processo do sistema de inovação e tecnológico nacional. No fundo, o que estamos a defender é uma questão de simplificação dos processos, de simplificação do acesso das candidaturas das empresas aos diferentes apoios no sistema tecnológico nacional.
O PRR já vai tarde e o que agora defendemos é que o Portugal 2030 deve corrigir todas as dificuldades e, sobretudo, a falta de objetividade que em muitas circunstâncias o Portugal 2020 apresentou. As empresas que poderão vir a concorrer ao Portugal 2030, vão ter eventualmente uma última oportunidade. E esta oportunidade não pode ser desperdiçada. Portanto, o sistema tem de ser desburocratizado. Não está em causa a questão da fiscalização dos apoios concedidos, da correta fiscalização dos processos, dos meios e da documentação, mas o que nós referimos é que os apoios às candidaturas e, sobretudo, a simplificação em algumas matérias dos processos de candidatura, não se venham a complicar ainda mais.
Portugal, no setor da indústria alimentar e bebidas, precisa continuar a investir em inovação. E, sobretudo, há uma outra questão que temos referido: o tempo da inovação. Em Portugal, a inovação demora muito tempo a chegar ao mercado. Quer pela forma como está estruturado o mercado, quer pelas circunstâncias em que muita da inovação demora a ser colocada em prática. Não estamos isolados no mundo a inovar, a lançar novos produtos no mercado. Estamos a competir com outros concorrentes, que são poderosos, que têm meios financeiros e disponibilidade a nível da investigação, e nós não podemos desperdiçar os meios que estão colocados à disposição de Portugal.

A inovação caminha a par com a sustentabilidade, com a ‘agenda’ ESG. A indústria agroalimentar portuguesa está a preparar-se a tempo para a adoção dos fatores ESG?
Eu começaria por dizer que a indústria agroalimentar tem conseguido sempre, em autorregulação, fazer muitas das coisas que estão nos objetivos ESG. Quando falamos da sustentabilidade, das boas práticas, foram as empresas que começaram esse caminho há já muitos anos. Claro que é um novo desafio que se vai colocar a muitas das empresas, nomeadamente na questão da internacionalização, e, naturalmente, têm de se preparar. Na FIPA, estamos a trabalhar em conjunto com a CIP na construção de uma estrutura que permita a formação das empresas para a resposta a estes novos desafios. Estamos a trabalhar a área da formação de maneira que, no momento em que seja necessário a todas as empresas responderem, o possamos fazer.

No documento ‘Agenda 2030’, a FIPA enumera quatro estratégias para um percurso inovador: investimento em investigação, desenvolvimento e inovação; capacidade de assegurar o abastecimento e de gerar valor acrescentado a partir desse potencial produtivo; a digitalização da indústria; a sustentabilidade ambiental. É este o caminho para esta indústria continuar a ser inovadora e competitiva?
A questão da inovação, a questão do aprovisionamento e do abastecimento, a questão do abastecimento de proximidade com a criação e o melhoramento de infraestruturas na sua adequação às necessidades de um setor como este, são absolutamente determinantes. Nós sabemos bem as dificuldades que Portugal tem tido nos últimos anos, quer na pandemia, quer com a invasão da Ucrânia pela Rússia. Dificuldades no abastecimento de matérias-primas que não temos capacidade, nem vamos ter nunca, de produzir em quantidade necessária, dificuldades nos portos nacionais, quer para as cargas, quer para o aprovisionamento dessas matérias-primas…

O que é necessário, no imediato? Maior capacidade dos portos nacionais? Melhor interligação entre portos nacionais e outros portos europeus?
A questão das infraestruturas portuárias tem de ser revista. Têm de ser melhoradas, os portos têm de ser adequados às necessidades. No porto de Aveiro é necessário fazer um trabalho profundo e penso que está considerado no plano nacional – o de melhorar as capacidades do porto para descarga de navios de maior tonelagem.
No porto de Lisboa, a questão da Silopor (empresa pública de silos portuários) leva mais de duas décadas sem estar resolvida, nem a sua privatização, de maneira a quer tenha uma gestão eficaz e não seja sujeita a interrupções por falta de aplicação de políticas relativas a essa empresa. A demora neste tipo de decisões tem levado a que, num determinado momento tenhamos de fazer um enorme esforço no sentido de procurarmos noutras geografias o aprovisionamento que fazíamos, como por exemplo, na Ucrânia. Foi um trabalho difícil, porque foi preciso estocar em Portugal e eram necessários apoios nesse sentido, que não aconteceram. E, agora, bem recentemente, quando o trabalho de aprovisionamento estava feito, houve a dificuldade de descarregar e armazenar no porto de Lisboa. Não faz sentido nenhum que esta situação se continue a manter.
Os portos precisam também adequar a sua gestão às necessidades de determinados setores, em particular as do setor da indústria agroalimentar. Quando falamos nas infraestruturas portuárias, achamos que elas são o cerne de uma questão que tem afetado alguns dos nossos setores, como o da panificação, que tem sido um dos mais afetados com a questão das descargas e com o aumento de custos que isso acarreta. Porque cada dia que um navio fica à espera de descarregar, são custos acrescidos que não são passíveis de serem transmitidos ao consumidor e têm de ser suportados pelo setor que está a fazer essa importação.

Uma melhor rede ferroviária também seria importante para esta indústria?
Naturalmente que sim. Precisamos olhar para as questões logísticas, os centros logísticos. Onde vamos querer implantá-los, por forma a que não concentremos tudo num único sítio com consequências como já vimos nos últimos anos que podem ser bastante constrangedoras quando se dá um episódio qualquer de bloqueio a uma destas infraestruturas e o país fica prisioneiro dessa localização.
Por outro lado, é necessário adequar a rede ferroviária de ligação dos portos aos principais centros de produção. Isso tem sido muito falado, continua a ser discutido, mas nós temos ainda muitas dúvidas sobre a verdadeira política de transportes ferroviários de mercadorias, nomeadamente na sua ligação com a Europa.

Tem referido o contributo da indústria agroalimentar para o todo das exportações nacionais. Como olha a FIPA para a internacionalização deste setor? O que o torna mais competitivo internacionalmente?
Em 2023, o país faturou 7.526 milhões de euros em exportações e cresceu, mesmo num momento difícil, 6,86% face ao ano anterior. O que quer dizer que continuamos a trabalhar no sentido de atingirmos a meta que identificamos de 10 mil milhões de euros num curto espaço de tempo, com vista a tornarmo-nos num país verdadeiramente exportador neste setor.
Para isso, temos produtos adaptados às necessidades dos consumidores nas geografias para onde exportamos. Estamos a conquistar, em primeiro lugar, pela qualidade dos produtos. E pelo seu packaging inovador e diferenciado em relação a muitas outras geografias. O nosso clima, a nossa agricultura e a nossa tecnologia têm conseguido produzir produtos em sabor e qualidade que são apreciados por este mundo fora.

Mas para alcançar a meta 10 mil milhões de euros, de que apoios do Governo necessita este setor?
São bem conhecidas as áreas onde temos vindo a crescer de uma forma sustentada. De uma forma não tão rápida quanto desejaríamos, mas também é verdade quer as políticas de apoio à exportação que têm sido geradas nos últimos anos no país, não são as necessárias para tornar este setor cada vez mais forte. Resiliente já ele é, mas precisa de apoios. Nomeadamente no que tem a ver com barreiras alfandegárias em muitas das geografias para onde estamos a exportar. São barreiras que continuam perpetuadas no tempo e que não ultrapassamos.
E aí está o papel do Estado, porque é o único que o pode fazer: continuar a trabalhar, muito mais do que tem feito até agora, no sentido de quebrar essas barreiras alfandegárias que são impostas a muitos dos produtos nacionais em geografias que seriam vitais para Portugal, para melhorar as exportações. Esse trabalho é extremamente importante e tem de ser mais robusto. E também uma estrutura do Estado diferente. Estamos a falar dos governos na sua articulação e no seu diálogo com as organizações que se dedicam a apoiar a promoção externa. Nós necessitamos de um Ministério da Economia forte e que disponha de todos os instrumentos que lhe permita fazer esse trabalho na promoção externa. Há instrumentos para a promoção externa que não podem estar repartidos por vários departamentos, com as consequentes ineficiências que daí podem advir.

Nesse sentido, para a FIPA, que incentivos são necessários no imediato?
É preciso rever o edifício fiscal. Os instrumentos fiscais de apoios e incentivos à internacionalização têm de ser criados. E eles não existem. Não se olha com atenção para esta matéria. Aliás, todo o edifício fiscal que temos em Portugal não é promotor do crescimento, do apoio às empresas. É um instrumento caçador daquilo que as empresas geram e que necessitam de reinvestir na sua atividade. E todo esse reinvestimento, seja em termos internos, seja em termos de internacionalização, não é premiado pelo nosso edifício fiscal.

Quais são, atualmente, os principais mercados importadores da indústria agroalimentar portuguesa?
Nós estamos muito concentrados na Europa, os nossos principais mercados estão na União Europeia. O nosso principal cliente é Espanha, quase com 30%. Isto significa que temos de continuar a desenvolver políticas para fora da UE. Por exemplo, estamos a conseguir ultrapassar algumas dificuldades colocadas por esta crise que atinge alguns países, com a recessão que estão a viver. As nossas exportações estão a crescer, mas é um sinal de que temos de continuar a procurar outras geografias.
A nossa ambição de crescer para mercados como os Estados Unidos da América é hoje, mais do que nunca, essencial para que possamos assegurar a sustentabilidade das nossas exportações. As geografias são aquelas para onde as empresas se sentem mais vocacionadas para exportar. O crescimento em outros mercados potenciais, vai ter como necessidade o apetrechar de políticas e os apoios, quer pelo AICEP e por todos os outros instrumentos, sejam eles diplomáticos ou outros.
Há mais mundo para além da Europa e também não podemos estar confinados a pequenos mercados com grandes dificuldades, em África. Ou seja, a ambição de quase todos os industriais do agroalimentar, desde o início do século passado, foi entrarem nos EUA. Mas estar nos EUA, no Canadá não é para quem quer, é para quem pode, quem tem capacidade de investimento num mercado difícil, desafiante, com legislação complexa. E é aqui que as políticas de apoio à promoção externa se têm de vincar.

Quais são as principais preocupações da indústria alimentar e bebidas para os próximos quatro anos?
Precisamos de estabilidade interna e de políticas governamentais verdadeiramente direcionadas para fazer crescer a economia, melhorar a competitividade e, com isso, conseguir satisfazer as necessidades das empresas e do povo português. Isso é crucial, sem isso não iremos fazer nada, nem nos próximos quatro meses, nem nos próximos quatro anos. Sem tacticismos, sem questões partidárias. E quando falamos em cadeia de valor, temos de falar em diálogo dirigido a um objetivo comum.

Pensa que os governos não têm consultado as organizações industriais tanto quanto deveriam? Faria sentido existir um conselho consultivo da indústria nacional?
Já houve vários momentos em que a indústria foi ouvida. Existem alguns instrumentos, nos últimos anos, que não têm funcionado. Desde logo, na cadeia de valor, a PARCA (Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar). Fomos um dos reivindicadores e promotores, quando a PARCA foi criada, da necessidade de um núcleo de discussão das questões na cadeia de valor agroalimentar. Este órgão necessita reunir periodicamente, e não quando o governo decide apresentar o que quer que seja – e isso é raro.
Quanto à questão de um conselho consultivo, eu diria até mais: o Ministério da Economia necessita ter uma Secretaria de Estado da Indústria. O que nós esperaríamos deste Governo é que tivesse uma Secretaria de Estado da Indústria e não uma Secretaria de Estado disto, daquilo, e mais aquilo, e mais nada.
Não é possível operar quando um membro do Governo tem uma data de pastas para as quais não tem tempo, nem disponibilidade para as olhar com atenção, e, portanto, alguma coisa fica para trás. Ora, se há alguma coisa que torna absolutamente necessária esta articulação, é a questão da indústria. Mas eu resumiria tudo isto dizendo: o maior desafio para este setor e para Portugal, nos próximos quatro anos, é a estabilidade e políticas adaptadas ao crescimento.

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Entrevista publicada na edição 422 do Hipersuper

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Graham’s apresenta Quinta do Tua Vinhas Velhas Porto Vintage 2022

A Symington Family Estates está a lançar o Graham’s Quinta do Tua Vinhas Velhas Porto Vintage 2022, produzido pela primeira vez e em quantidades limitadas.

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A Symington Family Estates está a lançar o Graham’s Quinta do Tua Vinhas Velhas Porto Vintage 2022, produzido pela primeira vez e em quantidades limitadas.

A Quinta do Tua é uma das quatro quintas da Graham’s, associada à produção de vinhos de grande e consistente qualidade, que dão um contributo significativo aos Portos Vintage da marca, revela a Symington Family Estates.

A intensidade e complexidade dos vinhos produzidos a partir das vinhas velhas do Tua na vindima de 2022 levou a família Symington a produzir, pela primeira vez, o Graham’s Quinta do Tua Vinhas Velhas Porto Vintage. “Foram produzidas apenas 6.660 garrafas” deste Porto Vintage o que representa apenas oito por cento do total da produção da Quinta do Tua nesse ano, revela ainda o produtor.

Uma parte muito pequena desta produção estará disponível em exclusivo e, numa primeira fase, no Matriarca – Clube de Enófilos, o clube de vinhos da Symington, e no centro de visitas da Graham’s, em Vila Nova de Gaia.

Este anúncio surge no seguimento do lançamento de outros três Portos Vintage este ano: o Capela da Quinta do Vesúvio Porto Vintage 2022, apenas o quinto engarrafamento ;deste vinho de micro-terroir, o Quinta do Vesúvio Porto Vintage 2022 e o Dow’s Quinta da Senhora da Ribeira Porto Vintage 2022.

Os Symington, de ascendência escocesa, inglesa e portuguesa, são produtores de vinho do Porto no norte de Portugal, desde 1882.

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Intermarché volta a marcar presença na Feira Nacional de Agricultura

O Intermarché volta a marcar presença na Feira Nacional de Agricultura, a decorrer até 16 de junho, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. Este ano, […]

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O Intermarché volta a marcar presença na Feira Nacional de Agricultura, a decorrer até 16 de junho, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém. Este ano, a feira tem como tema a “Exploração Extensiva” e o Intermarché apresenta um stand renovado para receber todos os visitantes.

Durante a Feira, estão a ser realizadas provas de vinhos da marca Seleção de Enófilos, que proporcionarão aos visitantes a oportunidade de conhecer a qualidade e diversidade dos vinhos selecionados pelo Intermarché com a presença DE especialistas que presentes para esclarecer dúvidas e proporcionar uma experiência enriquecedora todos os dias pelas 18 horas.

Haverá ainda degustações dos produtos da marca PorSi, conduzidas pelos próprios produtores, permitindo aos visitantes conhecer a origem e os métodos de produção dos produtos Programa Origens.

O Programa Origens, iniciativa destinada a promover a produção nacional, terá um papel de destaque durante este evento. O Intermarché irá oferecer frutas provenientes de produção nacional, com o objetivo de promover os produtos locais e reforçar o compromisso do Intermarché com a sustentabilidade e o apoio aos produtores nacionais, avança a insígnia alimentar do Grupo os Mosqueteiros em comunicado.

 

 

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No Rules Wines quer promover o melhor do Dão e elevar esta região vitivinícola “a um patamar superior”

A No Rules Wines junta trio do Dão: o enólogo Tiago Macena, o empresário António Sousa Martins e o consultor internacional de vinhos, Cláudio Martins.

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Há dois anos no mercado, a No Rules Wines, fundada por António Sousa Martins, Cláudio Martins e Tiago Macena, nasceu com vontade de se distinguir pela irreverência e autenticidade de fazer “vinhos tranquilos do Dão sem regras”, honrando a tradição do Dão, mas procurando “elevar esta região vitivinícola a um patamar superior”.
Este é o terroir base do projeto, que surge com o objetivo principal de “expressar uma enologia que mostre a origem das uvas”, através de um investimento inicial de 1 milhão de euros.
“Temos alguns vinhos menos usuais, tirando partido do potencial enológico da região e da nossa vontade de arriscar em alguns vinhos. A maior parte dos vinhos são DOC Dão, mas também temos vinhos Indicação Geográfica Protegida (IGP), nos quais nos é permitido o trabalho com outras técnicas e castas”, afirma Tiago Macena, em comunicado.Código foi a primeira marca de vinhos apresentado ao mercado, com quatro propostas, entre brancos e tintos, e que em poucos meses, viu esgotado o stock de cerca de 3 mil garrafas de cada referência. Em breve, uma sala de provas, à porta fechada, na adega que a empresa tem em Nelas vai permitir receber entusiastas por experiências vínicas fora da caixa, avança a No Rules Wines.
A aquisição de uma vinha no Douro também está nos planos do trio.

A No Rules Wines foi fundada por António Sousa Martins, Cláudio Martins e Tiago Macena.

Autenticidade, Sustentabilidade e Transparência são os pilares principais da empresa, que já marca presença em alguns mercados internacionais, concretamente em Angola e Reino Unido. Para António Sousa Martins, o objetivo é “continuar a explorar novos mercados” e posicionar a No Rules Wines, com sede em Oliveira do Hospital, entre as melhores do setor vinícola. “Desde a produção de vinhos mais requintados, em poucas quantidades e valores mais elevados, a vinhos ‘simples’ e ‘descomplicados’, a preços mais acessíveis e em maiores volumes, a empresa quer ‘promover o melhor do Dão’”, sublinha
Encruzado, Granius, Origem, Solstício, Bical e Uva Cão são os seis vinhos que fazem parte da marca Código.

Vinhos que “mercado está a absorver de forma extraordinária”

O Código Origem Branco, Solstício e o Granius 22, chegaram ao mercado no segundo semestre 2023 e rapidamente foram absorvidos pelos consumidores. Seguiu-se um monovarietal, o Encruzado 2022, no início de 2023.
Em maio, chegaram ao mercado as novas colheitas (Código Origem Tinto 22 e Origem Branco 23) que “vieram reforçar a oferta para uma procura que o mercado está a absorver de forma extraordinária”, afirma Cláudio Martins.
Para os colecionadores especiais, há uma edição limitada, de seis garrafas.
Em julho, do Código serão lançadas novas colheitas de Bical e Uva Cão e duas novas referências Infusão Subtil e Manifesto.

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Produção

Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou a Feira Nacional de Agricultura

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou este sábado a Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo (FNA 24), certame que decorre no Centro Nacional de Exposições, […]

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou este sábado a Feira Nacional de Agricultura / Feira do Ribatejo (FNA 24), certame que decorre no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, e que se prolonga até ao dia 16 de junho.
Este ano o evento comemora três aniversários: os 70 anos da Feira do Ribatejo, o 60º aniversário da Feira Nacional de Agricultura e os 30 anos de atividade do CNEMA.
Na entrada principal do CNEMA, o visitante é convidado a viajar numa exibição retrospetiva de todo o histórico do evento – a exposição “O Início”. E foi mesmo Marcelo Rebelo de Sousa o primeiro a fazer o percurso e a saudar a iniciativa.
Pecuária Extensiva, é o tema deste ano, atividade que ocupa uma área de 64% da superfície agrícola útil em território nacional, com um papel determinante na sustentabilidade e na preservação dos espaços rurais do país.

Presidente da República enaltece importância da FNA

No âmbito da exibição de um breve excerto alusivo ao documentário sobre a história e evolução do evento, o Presidente da República salientou a importância do certame para a “agricultura portuguesa” e para os agricultores.
O chefe de estado português afirmou que a “feira representa muito por Portugal, pela agricultura portuguesa, pela riqueza natural portuguesa, pela biodiversidade, raças autóctones, pelo labor pelos agricultores, e por aquilo que é uma componente fundamental da riqueza do nosso país”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Santarém acordou em festa

Santarém recebeu logo de manhã o habitual desfile de campinos e de gado, que percorreu as ruas do centro da cidade e que contou com a presença de diversas entidades e grupos locais que animaram a manhã em pontos estrategicamente definidos.

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FMCG

Douro Wine City celebra o melhor da região vinícola demarcada mais antiga do mundo

O melhor da região vai estar em prova no Douro Wine City até 10 de junho, no Auditório Municipal (AUDIR), no Peso da Régua. O evento, que celebra o vinho da região vinícola demarcada mais antiga do mundo, é organizado pelo município do Peso da Régua, com produção Essência Company.

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O melhor da região vai estar em prova no Douro Wine City até 10 de junho, no Auditório Municipal (AUDIR), no Peso da Régua. O evento, que celebra o vinho da região vinícola demarcada mais antiga do mundo, é organizado pelo município do Peso da Régua, com produção Essência Company.

O programa, que se iniciou esta sexta-feira, convida o público a participar em showcookings de conceituados chefes de cozinha, degustações, e a aprofundar conhecimentos nas ‘Conversas sobre o Vinho’, com Manuel Moreira, sommelier e crítico de vinhos, bem como nas provas de mais de uma centena de produtores de vinho e de produtos regionais presentes no evento.

Criando momentos de partilha e experiência, os diversos showcookings serão realizados nos dias 8, 9 e 10 de junho, às 19h, começando, no sábado, dia 8 de junho, com o chef André Carmo, restaurante Val Moreira, Hotel Vila Galé Douro Vineyards, secundado no dia 9 de junho por Maria do Céu, doceira da região e no dia 10 de junho, com a apresentação do chef Carlos Pires, da The Wine House, Quinta da Pacheca.

No sábado, 8 de junho, a primeira ‘Conversa sobre o Vinho’ mostrará como ‘Duas centenas de castas, algumas são o pilar dos mais prestigiados vinhos do Douro’, às 17h30, e na segunda conversa, às 19h, Manuel Moreira mostrará como ‘O Vinho do Porto Tawny, uma combinação de arte e sensibilidade à prova do tempo’.

No domingo, dia 9 de junho, o convite será ‘Se adora vinho e acha que não sabe provar? Não se acanhe e venha daí’, às 17h30, e o público será convidado por uma viagem na segunda Conversa sobre o Vinho ‘Montanha, vales, encostas, xisto, planaltos, tudo isto é Douro! Tudo isto é Terroir! Descubra alguns vinhos de terroir!’, às 19h.

No Dia de Portugal, segunda-feira, 10 de junho, a conversa gira em torno de ‘A altitude dos vinhos do Douro, descobrir o que os torna únicos’, às 17h30, e a segunda, às 19h, afirma que ‘Douro é origem de grandes vinhos! Os detalhes que fazem a diferença!’.

O evento é de entrada livre, com o horário da restauração e animação a funcionar entre as 16h e as 24h, já os expositores funcionarão entre as 16h e as 20h. A participação nas Conversas Sobre o Vinho e nos Showcooking têm lugares limitados, com inscrição no local.

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FMCG

Panificadora Costa & Ferreira lança Pão de Forma de Milho com Grãos Germinados

A Panificadora Costa & Ferreira acaba de lançar o novo Pão de Forma de Milho com Grãos Germinados, de 530g que já está disponível nas lojas Pingo Doce. Rico em fibra […]

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A Panificadora Costa & Ferreira acaba de lançar o novo Pão de Forma de Milho com Grãos Germinados, de 530g que já está disponível nas lojas Pingo Doce.

Rico em fibra e, por isso, uma ótima opção para uma alimentação equilibrada, este novo pão é fabricado com ingredientes de alta qualidade, a partir de uma combinação de farinhas de milho, trigo e centeio. Tem um toque especial graças à adição de grãos germinados, que facilitam a digestão e são uma boa fonte de proteínas, vitaminas e minerais, apresenta a Panificadora Costa & Ferreira que amplia o seu portfólio de produtos, após o incêndio sofrido no início de abril que destruiu parte da fábrica, situada no Alto da Serra, em Rio Maior.

Em formato retangular e à semelhança dos outros produtos da produtora portuguesa, também esta novidade é produzida com matérias-primas nacionais e sem adição de corantes e conservantes, sendo 100% natural e clean label.

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Alimentar

Azeite Porca de Murça com Cacau entre os vencedores do Japan Olive Oil Prize

Esta sexta-feira, em Tóquio, são premiados os vencedores do Japan Olive Oil Prize (JOOP) e do Joop Design Award 2024, um evento que celebra a excelência e a inovação no […]

Esta sexta-feira, em Tóquio, são premiados os vencedores do Japan Olive Oil Prize (JOOP) e do Joop Design Award 2024, um evento que celebra a excelência e a inovação no setor do azeite extra virgem, reconhecendo os melhores produtores e designers a nível mundial. O Azeite Porca de Murça com Cacau foi distinguido, num concurso com a participação de 511 azeites provenientes de 27 países.

O JOOP distingue azeites extra virgem, selecionados por um júri de 11 especialistas internacionais, que este ano inclui Antonio G. Lauro, Konstantinos Liris, Miciyo Yamada, Fernando Martinez Roman, Barbara Alfei, M. Angeles Calvo Fandos, Birsen Can, Marcelo Scofano, Na Xie, Hiromi Nakamura e Mariko Shimada.

Paralelamente, desde 2020, o Joop Design Award valoriza não só o conteúdo, mas também a estética dos produtos EVOO, celebrando o design do logotipo, das garrafas e da embalagem. O mercado japonês, conhecido pelo seu gosto sofisticado, representa um desafio e uma oportunidade única para designers e produtores de todo o mundo.

O júri do Joop Design Award 2024 é composto por especialistas de renome mundial no campo do design. Os juízes deste ano são Dabbie Millman dos Estados Unidos, Motoko Ishii do Japão, Oliviero Toscani da Itália e Shahira Fahmy do Egito.

Este evento, que se realiza na célebre localização da Tokyo Tower, representa um momento importante para produtores e designers, oferecendo uma plataforma para celebrar os seus sucessos e apresentar os seus produtos a um público de entusiastas e profissionais do setor.

JOOP 2024

ARGENTINA
El Mistol Premium – Agropecuaria El Mistol S.a.

BRASI
Estância das Oliveiras – BLEND EXCLUSIVO – Estância Das Oliveiras

FRANÇA
Château d’Estoublon Bouteillan – Sas Estoublon

GRÉCIA
1. FLAVORED GOURMET ENIGMA – Flavored with Apple, Cinnamon and Honey – Sakellaropoulos Organic Farms.
2. Laconiko Blood Orange – Laconiko

ISRAEL
Heart Notes Blend – Bvs Jerusalemoliveoil

ITÁLIA
L’Olinda Monovarietale di Raggia – Frantoio L’olinda

JORDÂNIA
MAIDA Arbequina – Maida

PORTUGAL
Azeite Porca De Murça Cacau Fused – Cooperativa Agrícola Dos Olivicultores De Murça, Crl

ESPANHA
GOYA® Premium Unico Extra Virgin Olive OIl – Goya en España S.A.U

TUNÍSIA
Domaine Adonis Koroneiki – Adonis Olive Oil

TURQUIA
Gaia Oliva Tangerine – Gaia Oliva

EUA
Fat Gold Standard – Fat Gold

BEST OF FLAVORED
1. Gaia Oliva Tangerine – Gaia Oliva (Turkey)
2. Azeite Porca De Murça Cacau Fused – Cooperativa Agrícola Dos Olivicultores De Murça, Crl (Portugal)
3. Laconiko Blood Orange – Laconiko (Greece)3. FLAVORED GOURMET ENIGMA – Flavored with Apple, Cinnamon and Honey 3. Sakellaropoulos Organic Farms (Greece)

BEST OF POLYPHENOLS
Chiaroscuro – Azienda De Robertis Sas (Italy)

JOOP DESIGN AWARD 2024
1. ORIGENES – Castell De La Costurera-sat Agrofruit (Spain)
2. Il Macolo – Azienda Podere Macolo Società Agricola Semplice (Italy)
3. DI VITO Premium Denocciolato Biologico – Di Vito Food Srl (Italy)
3. Amabile – Grechi Perticari Srl (Italy)
3. Harvest by Night – Castello Monte Vibiano Vecchio s.r.l. (Italy)

Sobre o autorAna Rita Almeida

Ana Rita Almeida

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Mercadona promove conferência “Semear o Futuro” na Feira Nacional de Agricultura

A conferência Semear o Futuro é uma das iniciativas da Mercadona na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, de 8 a 16 de junho.

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A Mercadona volta a marcar presença, de 8 a 16 de junho, na Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.

Tal como em anos anteriores, a empresa estará presente no espaço dedicado ao “Portugal Sou Eu”, iniciativa do Ministério da Economia que visa a dinamização e valorização da oferta nacional, criada há mais de uma década, reforçando o seu compromisso de colaboração com a produção nacional, iniciado já antes de a empresa ter presença física em Portugal, e reforçado com o acordo com a CAP, também parceiro deste programa.

“Marcar presença, uma vez mais, na FNA, representa uma excelente oportunidade de estar mais perto dos “Chefes” (clientes) e mostrar à Sociedade o nosso compromisso com o Sector Agroalimentar Nacional. A Mercadona continua a apostar na produção nacional, compromisso que temos vindo a reforçar ano após ano e que, em 2023, representou 1.178 milhões de euros em compras aos nossos 1.000 fornecedores nacionais.” sublinha Pedro Barraco, diretor de cadeia agroalimentar da Mercadona, em comunicado.

Cozinha com a Mercadona”

A Mercadona estará presente com ações de “showcooking” através de um conjunto de oito receitas criadas em parceria com a Chef Tia Cátia. A empresa convidou também alguns dos seus Fornecedores a estarem presentes e a fazerem provas com os seus produtos à venda nos supermercados Mercadona em território nacional.

1ª Conferência Semear o Futuro

Este ano, em parceria com a CAP, Confederação dos Agricultores de Portugal, a Mercadona criou o projeto “Semear o Futuro”, uma iniciativa dedicada a explorar e promover a importância do setor agroalimentar em Portugal e que culmina com uma conferência, no dia 13 de junho, na sala Ribatejo, no CNEMA.
Este evento, cujas inscrições se encontram abertas, contará com intervenções de especialistas no setor.

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Produção

Confagri vai debater a agricultura e o ambiente em Santarém

O ambiente e o agroalimentar vão centrar a conferência que a Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal vai realizar a 14 de junho, na Feira Nacional da Agricultura.

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O ambiente e o agroalimentar vão centrar a conferência que a Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal vai realizar a 14 de junho.

Inserido na Feira Nacional da Agricultura, o debate ‘Agricultura e Ambiente – Desafios para o Setor Agroalimentar’ tem início às 10h30 e vai reunir diversas personalidades importantes dos diferentes órgãos que compõe o panorama de ambos os setores. “Empenhada em promover um debate profundo e de qualidade e encontrar soluções para que ambos os sectores trabalhem em harmonia na construção de um futuro sustentável, a conferência irá ouvir, antes de qualquer um, Maria de Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia”, revela a Confagri.

A intervenção da governante será seguida de uma mesa redonda, que deverá contar com a presença de José Pimenta Machado (vice-presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente), Susana Guedes Pombo (diretora-geral da Direção Geral da Alimentação e Veterinária), Nuno Banza (presidente do conselho diretivo do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas), Teresa Mourão de Almeida (presidente do conselho diretivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional LVT) e Nuno Serra (secretário-geral da Confagri).

Também convidados a abrir e encerrar esta sessão estão, respetivamente, Ricardo Gonçalves (presidente da Câmara Municipal de Santarém), José Manuel Fernandes (ministro da Agricultura e Pescas) e Idalino Leão (presidente da Confagri).

Os interessados em participar devem fazer a sua inscrição através do link disponibilizado para o efeito.

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FMCG

Ervideira lança o 15º Invisível e celebra mais de um milhão de garrafas deste monocasta

A Ervideira lançou a 15ª edição do seu vinho de maior sucesso. O Invisível, um branco, feito a partir de uvas tintas da casta Aragonez, foi um marco inovador no setor em 2009.

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A Ervideira lançou a 15ª edição do seu vinho de maior sucesso. O Invisível, um branco, feito a partir de uvas tintas, foi um marco inovador no setor em 2009.

Este monocasta elaborado a partir da casta Aragonez, com vindima mecânica e noturna, deu origem a uma nova categoria de vinhos que se consolidou junto dos consumidores e até aos dias de hoje vendeu mais de 1 milhão de garrafas, contando já com 10 milhões de euros no mercado.

“Um milhão de garrafas vendidas em 15 anos é algo de que a Ervideira tem que se orgulhar”, assume Duarte Leal da Costa, diretor executivo da empresa vitivinícola sediada no Alentejo.

Apenas em 2024, o Invisível, da qual a Ervideira produz 125 mil garrafas/ano, representa 400 mil euros de faturação.

Uma das particularidades do Invisível é ser um vinho que pode ser servido a diversas temperaturas e a acompanhar os mais diferentes pratos, permitindo uma enorme versatilidade: desde como welcome drink, até ao acompanhamento de petiscos, pratos de peixe e de carne.

“O Invisível tornou-se um caso de estudo no setor, pois deu origem a um novo estilo de vinho. Este novo estilo não se prende apenas com o facto de ser um ‘blanc de noir’- vinho branco feito a partir de uvas tintas – mas também pela particularidade que traz ao ser um vinho adequado a ser servido e apreciado a uma multiplicidade de temperaturas e em momentos tão diferentes, bem como é um vinho que agrada 100% dos consumidores, o que é um facto extraordinário”, apresenta Duarte Leal da Costa.

Nelson Rolo, enólogo responsável pela produção deste monocasta, sublinha que “um bom vinho, hoje, é um vinho com qualidade, que seja prazeroso, mas que tenha a capacidade de harmonizar com pratos diferentes. Isto é estar atualizado para produzir um vinho versátil”.

O enólogo da Ervideira destaca que o que permite ao Invisível ter esta elasticidade térmica na hora de servir “é a sua casta Aragonez e a tecnologia utilizada no seu processo de criação”. “À semelhança das edições anteriores, a vindima do Invisível é feita à noite, para haver menos luz e temperaturas mais baixas – fatores muito importantes para reduzir a oxidação e anular fermentações indesejadas”, explica.

O Invisível é elaborado com base nos melhores lotes de Aragonez. O mosto é transportado em camião frigorífico até à adega, onde é conduzido por gravidade para uma câmara de frio. Ali permanece a decantar durante 24h a baixas temperaturas. Após esse processo, o mosto é inoculado com leveduras selecionadas e a fermentação decorre a uma temperatura controlada de 12ºC, durante 15dias.

A 15ª edição do Invisível está disponível nos pontos de venda habituais.

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