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Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

Entrevista

“Temos que apostar mais nas marcas portuguesas”

“Se nós queremos crescer enquanto economia, se queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca em entrevista.

Ana Grácio Pinto
Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca

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Entrevista

“Temos que apostar mais nas marcas portuguesas”

“Se nós queremos crescer enquanto economia, se queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca em entrevista.

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Ana Grácio Pinto
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Fundada em 1994, a Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, está a celebrar 30 anos. Mantém a missão de criar para as marcas um ambiente de concorrência leal, que encoraje a inovação e garanta um máximo valor aos consumidores. E defende um país que, para além de produzir bem, crie marcas que centrem essa produção. “Se nós queremos crescer enquanto economia, se queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais”, defende Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca em entrevista.

A Centromarca foi criada com o objetivo de estudar, em conjunto, os problemas que afetam a marca e coordenar os esforços para lhes dar uma resposta eficaz. Congrega, atualmente, 50 associados que detêm mais de 800 marcas e tem um volume de vendas anual no mercado nacional da ordem dos 6000 milhões de euros.

Tradição e inovação são duas características das marcas portuguesas. Temos marcas quase centenárias, outras centenárias, outras bicentenárias. Que, apesar das dificuldades e desafios, mantêm-se. Num mundo global, competitivo a vários níveis, num país que tem passado por desafios económicos, as marcas portuguesas tradicionais são um case study, em sobrevivência e adaptação?
Sim, são. E temos, como referia, várias marcas que são históricas, marcas que têm percurso. Algumas, inclusive, que não são hoje detidas por empresas portuguesas, mas são marcas portuguesas. Há marcas que são internacionais, mas que os portugueses assumem quase como suas, porque os acompanharam na vida toda.
Nós tivemos um mercado, e temos um mercado, que enquanto dimensão nacional é relativamente pequeno. Um mercado que, até há 20 ou 30 anos, era relativamente suficiente para algumas das nossas marcas, mas começa a ser relativamente pequeno para muitos produtos e por isso hoje a necessidade, de muitas destas marcas que querem sobreviver e querem continuar, de pensar não apenas no consumidor português, não apenas no mercado português, mas no mercado muito mais globalizado.
Pedro Pimentel, diretor geral da CentromarcaPor isso, a grande questão que eu diria que Portugal vive é a nossa economia. Quando olhamos para a economia como um todo, percebemos que apesar de termos setores fortemente exportadores, nesses setores as marcas não são um ponto forte. Nós somos um país que produz imenso para marcas de grande qualidade para o mundo todo, mas temos poucas marcas portuguesas com expressão internacional e muito menos com expressão global.
Por isso, na Centromarca tentamos fazer essa pedagogia todos os dias. Se nós queremos crescer enquanto economia, se nós queremos que a nossa economia seja uma economia de valor, nós temos que apostar mais nas marcas portuguesas, criar marcas em Portugal, fazer de Portugal a base para o lançamento de marcas para mercados internacionais e sabemos que isso é um investimento muito caro, logicamente. Não é fácil. Quem já está no mercado, e as marcas que nós conhecemos da vida toda que já estão no mercado, têm sempre uma vantagem, relativamente a qualquer marca que chegue. Nós temos marcas que para nós são muito conhecidas, mas são muito conhecidas num espaço pequeno e a questão é conseguir fazer com que essas marcas adquiram tração e adquiram capacidade para entrar em mercados internacionais.
Logicamente, nós começamos sempre por mercados que conhecemos melhor ou por proporção de proximidade ou mercados onde, por exemplo, a comunidade portuguesa tem alguma presença, mas isso não chega. Tem que ser mais do que isto, temos que fazer mais do que isto. E, nesse ponto, julgo que há um ponto de viragem. Sentimos nestes últimos quatro ou cinco anos que há um movimento de reaproximação das produções relativamente ao consumo. Há a perceção hoje, cada vez mais, de que eu não posso estar completamente dependente de mercados que em termos de abastecimento estão a cinco mil quilómetros de distância e que, por vicissitudes de segurança, pandemias, etc., de repente há problemas de abastecimento. Por isso, hoje, mesmo as grandes marcas internacionais começam a perceber que a proximidade é importante do ponto de vista da produção. Produzir na Europa pode ser muito mais interessante que produzir no Médio Oriente ou no Extremo Oriente por uma questão de proximidade. E, nesse ponto, Portugal, como qualquer outro país da Europa, mas Portugal, até pela posição geográfica que tem, acaba por ter alguma vantagem relativamente a uma situação anterior.
Mas precisamos de marca. Não basta produzir bem. Nós, quando produzimos um fato de homem para uma marca internacional, o fato de homem sai daqui por 15% do preço, que depois é o preço que nós pagamos no mercado, e os 85% estão na marca. Por isso, é importante converter boa produção em marcas nacionais. E isso não tem sido um trabalho fácil.
Acho que em Portugal também temos sempre um bocadinho esta defesa: o mercado é pequenino, tudo é difícil, mas temos de conseguir ultrapassar essas dificuldades. Portugal não é assim tão pequeno. Quando olhamos no espaço da União Europeia, há vários países bastante mais ‘poderosos’ que nós, com populações ainda mais pequenas que nós. É importante nós termos a noção que um mercado interno mais forte ajuda as empresas a terem um trampolim para saltarem. Se eu conseguir gerar aqui mais valias, se eu conseguir gerar aqui riqueza suficiente para poder investir, torna-se mais fácil fazer esse trabalho, saltar do nosso mercado para um mercado mais alto.
Há produtos, por exemplo na área do grande consumo, onde realmente temos uma força grande, no vinho, no azeite, no conserveiro, etc., porque temos alguma especialização, qualidade e alguma diferenciação relativamente a outros mercados, mas isso não chega, tem que ser um bocadinho mais do que isso. Nós falamos muito da ‘Marca Portugal’, mas muito mais importante que a Marca Portugal, é ter aquilo que eu chamo de ‘Portugal de marcas’. Isto é, quando falamos de um país como a Suíça, toda a gente se recorda de marcas que tem, quando falamos da Alemanha, de Dinamarca, nós recordamos marcas, e muitas vezes compramos um produto alemão e dizemos que é bom, não porque ele seja especialmente forte naquela área, mas porque temos a consciência de que é uma marca que vem da Alemanha.
Por isso, é um pouco esta mudança, inclusive do ponto de vista político: percebermos que podemos fazer investimentos grandes em cimento, em máquinas, em estruturas, mas tudo isso perde parte significativa da importância se depois na venda destes produtos nós não conseguimos cativar o valor que a marca significa.

E em Portugal, apesar de todas as dificuldades, há marcas novas inovadoras. O futuro das marcas portuguesas de fabricante tem que obrigatoriamente passar pela inovação?
Eu diria que o futuro de qualquer marca passa sempre pela inovação, por uma razão simples: muitas destas marcas centenárias de que estamos a falar, só são centenárias porque souberam inovar ao longo do tempo. Porque se elas se tivessem mantido a fazer exatamente a mesma coisa que faziam há 100 anos, já tinham morrido.
Há uma segunda questão: acho que a inovação é relevante se nós conseguimos vendê-la. Nós temos muita coisa inovadora do ponto de vista, quer de processo, quer de engenharia, quer de introdução de novos ingredientes. São completamente inovadores, mas depois ninguém sabe. E o problema passa por onde? Porque não há esta diferenciação, não há comunicação. Não há inovação se não houver comunicação. Eu não consigo que uma pessoa me compre um produto inovador se a pessoa não o conhecer.

As empresas tiram pouco partido da comunicação? Da ligação afetiva de portugalidade que as suas marcas têm?
Eu tenho que comunicar a inovação, muitas vezes, quando comunico, também tenho que ser inteligente. Hoje em dia a comunicação já não é como era antes. Nós andamos todos os dias com um telemóvel na mão, que é, se calhar, a porta de entrada de muito que se comunica.
Pedro Pimentel, diretor geral da CentromarcaNós temos muitos produtos que, se produzirem 10 mil unidades, é uma enormidade. E temos outros de que se não se produzir um milhão de unidades, eu nem sequer sobrevivo. Tudo depende do grau de massificação. Por isso, se tenho um produto de consumo alargado, que precisa de um mínimo de escala para trabalhar, eu tenho que ter uma comunicação muito ‘metralhadora’. Mas se eu tiver um produto de nicho, muito focado em determinado tipo de segmento de consumidores, se calhar, tenho que acertar exatamente naqueles consumidores. Hoje fala-se tanto em inteligência artificial, que também vai servir para isso, para personalizar a mensagem.
Mas diria que, para além disso, há uma terceira questão que é muito importante. Hoje, toda a gente fala: o ADN da nossa empresa é a inovação”. Tudo é inovação. E acho que, claramente, o consumidor já não se ‘excita’ só porque dizem que qualquer coisa é nova, que é inovadora. Nós temos que perceber que ela é inovadora, mas tem que ser relevante. Por isso, hoje em dia, uma das grandes dificuldades é conseguir fazer com que uma inovação, seja percebida pelo consumidor como inovadora, seja comunicada como tal, e depois seja entendida como alguma coisa que é relevante.
E só para ter um número, na nossa área de consumo, em cada dez produtos que são lançados num ano, só três é que chegam ao fim do primeiro ano. Menos de dois chegam ao fim do segundo ano. Por isso, há oito, em que se gastou dinheiro, em que se gastou energia, em que se gastou comunicação, que vão para trás. A questão prática é: é possível diminuir a taxa de insucesso? Se calhar diminui-se a taxa de insucesso se se tentar menos, se nós formos mais focados nos produtos.
As marcas têm sempre este papel, responder às minhas necessidades, mas também antecipar as minhas necessidades. Uma marca tem que pensar não no que eu quero hoje, é no que eu vou querer daqui a dois anos. E isso não é fácil. Mas este trabalho que se faz todo o dia, aí sim é onde a inovação entra realmente.

O futuro das marcas, por exemplo no setor alimentar, será trabalhar os produtos de conveniência?
Sim, é a (questão da) relevância. Se eu tiver um produto que é completamente inovador, mas que depois, para o utilizar, tenho que dar 32 passos, tenho que juntar quatro ingredientes diferentes, eu perco-me. Qual é o segmento em Portugal que está a ter maior crescimento no mercado? É a comida pronta. Porquê? Porque as pessoas, no fundo, sabem que se forem, por exemplo, ao Pingo Doce, provavelmente não vão comprar a mesma comida que se forem a um restaurante, mas também vão gastar um dinheiro diferente. Tivemos os dois anos da pandemia, ou o primeiro, da pandemia, em que aparentemente as pessoas adoravam cozinhar e perderam horas infinitas a fazê-lo, mas foram coisas anormais em períodos anormais. Não é o que nós somos. O que nós somos é realmente uma população que tem um tipo de vida em que tenta gastar algum tempo em lazer e depois não queremos gastar todas as horas a cozinhar.
E do lado das empresas, é cada vez mais uma lógica de encontrar soluções. Muitas vezes não é transformar, não é fazer produtos novos, é dar-lhes uma roupagem do ponto de vista da utilização para o consumidor que lhes permita ser uma utilização mais facilitada.

Num artigo que publicou em fevereiro, indicou que desde o final de janeiro e durante cerca de dois meses a Centromarca iria apresentar a associados, e não só, as principais impressões que as dinâmicas do mercado deixaram no universo FMCG ao longo de 2023. Quais são e de que forma vão influenciar em 2024?
Primeiro, nós não trabalhamos só com marcas nacionais, trabalhamos com todo o tipo de marcas. Nos últimos anos, essencialmente nos últimos dois anos, assistimos a um fenómeno que não é português, diria que é muito comum em uma série de grandes países, que é um fenómeno de transferência de consumo, daquilo que nós chamamos de marcas de fabricante para as marcas de distribuidor. E estamos aqui a falar de, diria, três coisas em simultâneo.
Primeiro, estamos a falar de um mercado que, se ganhou o valor, perdeu o volume. Isto é, uma parte dos consumidores em Portugal, muito por força da inflação e dos aumentos de preços, tiveram que fazer opções. Por isso, há aqui uma primeira questão, as escolhas. E essas escolhas, num período como nós tivemos, de inflação muito alta, envolveram o produto, ou seja, que tipo de produtos eu compro; envolveram marcas, que tipo de marcas eu compro; envolveram volumes, quanto é que eu compro. Eu posso comprar uma garrafa de azeite, um frasco de shampoo da marca de que gosto ou de uma marca própria que é mais barata?
Pedro Pimentel, diretor geral da CentromarcaPor isso, houve três efeitos práticos. O que nós chamamos de transferência de marcas, o que nós chamamos de downgrading ou downtrading, que é, no fundo, comprar a mesma quantidade, mas de produtos mais baratos e volumes. E os volumes, em determinados momentos, tiveram quebras muito significativas. Nós chegamos a ter um período, no primeiro semestre do ano passado, em que a quebra de volume, medida, chegou a 8%. É muito. Quando nós estamos a falar de produtos básicos, não estamos a falar de trocar um frigorífico. Estamos a falar de comida, estamos a falar de bebida, estamos a falar de higiene. Esse número, depois, foi tornando-se menos pesado ao longo do ano. Nós já fechámos 2023 com números mais curtos, na ordem dos 3% de quebra, mas chegámos a pontos onde a quebra foi muito alta. E isso tem uma relação com comunicação. Não tem relação direta com a comunicação das marcas, mas tem uma relação direta com aquilo que é a comunicação que nós todos assistimos. Nós tivemos meses, no início do ano, em que inflação era tema ao pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar, de abertura de telejornal, de capa de jornal, de tudo o mais.
Quer dizer, passámos da fase em que os supermercados eram os amigos das famílias portuguesas, para os supermercados serem o sítio onde as pessoas não se sentiam confortáveis. Passámos uma fase em que todas as marcas eram acusadas de estar a tentar roubar, a tentar tirar às pessoas aquilo que as pessoas tão sofridamente ganhavam. E quando este ruído de fundo existe, todos nós acabamos por ser impelidos a fazer um esforço de contenção, um esforço de volume, um esforço do tipo de produtos que consumimos e um esforço das marcas que consumimos.
Por isso, e vou fazer agora aqui um pouco de futurologia, 2024 tem características que podem, não em relação a 2017 ou 2018, mas em relação a 2023, trazer alguns sinais um bocadinho mais positivos.
O primeiro sinal mais positivo é a inflação, hoje é muito mais curta do que era, acho que nós vamos fechar, diria, com alguma probabilidade, vamos fechar 2024 com uma inflação entre os 2 e os 2,5, não tem nada a ver com os 10% a que chegámos no ano passado. Segunda questão, em 2024, muitas pessoas vão ter aumentos salariais que são superiores à inflação, ou seja, como tiveram aumentos salariais bastante inferiores à inflação no ano anterior, e como isto é refletido em termos do ano anterior, faz um bocadinho de sentido perceber isso. Terceiro efeito, vamos ver o que é que a política deixa fazer, mas há claramente uma intenção de haver, pelo menos nos escalões mais baixos, com os menores rendimentos, algum benefício fiscal via IRS. E quarto, e um enorme ponto de interrogação, em Portugal mais de um quarto das famílias portuguesas têm crédito de habitação, o crédito de habitação tem taxas de juros, taxas de juros têm evolução, nós sabemos que as taxas de juros vão baixar, ninguém sabe é quando. Se a decisão de baixa for tomada até no final do semestre, provavelmente no último trimestre de 2024, ainda as pessoas vão ser de alguma forma beneficiadas. Parece que não, mas podemos estar a falar de incrementar o rendimento disponível das pessoas entre 100 e 200 euros por mês. Por isso, estes quatro fatores, sendo que três são basicamente certos e um é incerto, não se sabe quando, fazem com que o mercado, de alguma forma, vá ser um pouco mais favorável do que o ano passado, com as pessoas a terem um poder de compra ligeiramente maior e isso pode ser favorável para o mercado.
Do ponto de vista prático, as marcas têm um problema que eu diria que é o mais importante. As empresas, se querem continuar a ter um papel ativo no mercado, têm que ter um mínimo de vendas, têm que ter um mínimo de produção, por isso vão ter que recuperar uma parte deste mercado. Se o mercado cresce, porque os consumidores consomem mais, nós podemos crescer porque vamos buscar um bocadinho a este adicional. Se o mercado crescer 10% e eu for buscar a minha parte nesses 10%, eu cresço porque o mercado cresce.
Mas nós sabemos que não é certo que o mercado vá crescer. Há produtos em que nós readaptamos o nosso consumo. E para estes mercados, onde o crescimento efetivo não aconteça, vai ser um bocadinho atribulado, quer dizer, alguém vai ter que chegar ali e para eu crescer, alguém vai ter que perder.
Há um fenómeno que eu acho que é muito relevante. Hoje, quando vamos a um espaço comercial, olhamos para a prateleira, o número de referências diferentes, de marcas de diferentes no mercado é cada vez mais curto. Temos uma marca líder, às vezes duas marcas, mas depois quando entramos na escala mais abaixo, é difícil vender porque os produtos não chegam à prateleira, e não havendo na prateleira, eu não compro.
E esse é um problema sério. Temos, de um lado um mercado a crescer por lojas de cadeias, em que o seu sortido são basicamente marcas próprias, e do outro lado temos muitas cadeias que, apesar de terem um sortido muito mais amplo, o que estão a abrir são lojas de pequena dimensão, são lojas ditas de proximidade. São lojas que têm menos metros quadrados. Se têm menos metros quadrados, têm sempre um sortido mais curto. É um desafio difícil num mercado que, do ponto de vista de trend, está muito direcionado para a marca própria. Estes anos acabaram por gerar, do ponto de vista dos consumidores, uma aproximação a modelos de negócios, estamos a falar daquilo que chamamos de sortido curto, discount.
Se for ver os rankings percebe que quem cresce, efetivamente, é essencialmente a Mercadona. E são lojas em que a presença das marcas é muito curtinha. Muito, muito curtinha. E, depois, percebemos que os outros, muitas vezes, em reação a este crescimento das marcas destes retalhistas, também têm políticas suas de crescimento da marca própria.
Isto, do ponto de vista do mercado, tem um efeito, mas, do ponto de vista das marcas de fabricantes, logicamente, tem um efeito muito negativo. As marcas fabricantes vendem mais ou vendem menos, pelas suas estratégias, pela sua capacidade de inovação, pela sua comunicação. Mas, todas elas dependem de um fator para além destes todos: o nosso cliente, que não é o consumidor. Porque o meu cliente é quem me compra o produto. E quem me compra o produto não é o consumidor, é o retalhista. Se o meu cliente quiser que eu venda, eu vendo. Se o meu cliente não estiver tão interessado que eu venda, eu vou ter muito mais dificuldades.
O futuro da marca de fabricante e a sua dinâmica, passa muito pelas estratégias que os próprios retalhistas adotem, do ponto de vista das suas prateleiras. Mas depois, do ponto de vista do consumidor, acho que também há uma realidade que eu gostaria de dizer. Acho que as pessoas chegam a um ponto em que também se cansam de uma oferta demasiado curta, de não se ter escolha. E a nossa expectativa, é que 2024 e seguintes, se a condição económica o ajudar, são anos em que, depois deste afunilar em torno da marca própria, a distribuição terá, na nossa opinião, algum interesse em dinamizar esta diversificação, e isso é sempre um aspeto positivo.
Do ponto de vista das marcas portuguesas, cada período de dificuldades económicas, tradicionalmente é um período que gera aquilo que eu chamaria de consumo patriótico. Claro que dizemos muitas vezes isto, mas depois quando chegamos à prateleira, se a escolha for muito mais barata ou for a coisa que eu quero e não for portuguesa, já não é tão relevante. Mas, na verdade, o patriotismo do consumo existe, genericamente. E acho que se trabalhou também um bocadinho isso ao longo dos anos. Essas campanhas de ‘Portugal Sou Eu’, do ‘Compre o Que É Nosso’, ajudaram um bocadinho nesta fase. A origem ajuda a fazer a história. Eu posso estar a comprar esta garrafa de água e explicar às pessoas onde é o Luso. Aqui em Portugal, eu consigo explicar às pessoas com alguma facilidade porque é que a Água do Luso não é igual à Água Monchique. Por isso, há uma capacidade de contar essa história que o tal patriotismo ajuda. Ou seja, ser uma marca portuguesa, é uma mais-valia nestes períodos.

Em relação aos mercados internacionais, quais são os grandes riscos ou desafios das marcas portuguesas este ano? Por um lado, na importação de matérias-primas, e, por outro, na sua capacidade exportadora…
Diria que temos aqui duas questões que são juntas. Uma é uma questão de supply chain, da cadeia de abastecimento. Nós produzimos algumas coisas em Portugal que não são só feitas com matérias-primas portuguesas, e estamos num mercado mais confuso, seja do ponto de vista de transportes, seja do ponto de vista, no caso do alimentar, de maus anos agrícolas em algumas zonas, matérias-primas que tiveram agravamentos muito fortes, como café, cacau, açúcar.
Esse é um lado. Outro lado é um fenómeno que passou a ser hoje um problema sério em muitas empresas: a capacidade de estocar. Há dois anos atrás isso não era uma questão. A dada altura, começo a ter um problema: se eu não tiver aqui a matéria-prima eu não consigo trabalhar. Basta um barco atrasar uns dias ou não vir, ou o custo de ter disparado, ou os seguros. Tudo isso tem um impacto brutal. E de repente, no final de 2022, as empresas descobriram que nos seus balanços tinham uma conta calada de espaços de armazenagem que não tinham para os produtos, de custos de estocagem porque nós temos de comprar antecipadamente. E muitas vezes, a ter que fazer este custo de estocagem em períodos que podemos estar a comprar caro, quando o produto daqui a meio dúzia de meses estará com cotações muito mais baixas. Tudo isto é complicado. Isto é um lado. O outro, diferente, é que o problema que atravessamos no ano passado e há dois anos com as dificuldades económicas e quebra de poder de comprar, não o passamos só nós. Todos os países da Europa e do mundo diria que passaram. Alguns menos, outros mais do que nós passamos aqui.
Isto tudo leva a um terceiro ponto que no nosso caso não tem a ver com a parte de exportação, mas tem a ver com uma parte de exportação, que é o turismo. Uma parte importante do nosso mercado é o mercado de turismo, seja o que os turistas compram, seja o que consomem. Nós, por exemplo, estamos com 2024 a crescer em relação ao 2023, mas com uma taxa de crescimento bastante mais baixa que aquela em que estamos habituados a crescer.
Por isso, acho que são três fenómenos que tendencialmente desajudam. Como é que se dá a volta a isto? Por um lado, tentando controlar as estocagens, controlar a capacidade, estabilizar custos na medida do possível. Não é fácil, mas tenta-se. E perceber que, muitas vezes, nós temos que também tentar outros mercados. Se trabalho com dez mercados e dois dos nossos mercados fortes estão mais fracos hoje, tenho que recuperar um pouco disso que perdi aqui, noutros mercados. Temos que ser ambiciosos.

Esse caminho faz-se por não nos centrarmos tanto na Europa e ‘partirmos’ para outros continentes?
Também. E, acima de tudo, perceber o grau de saturação de determinados mercados e os mercados onde nós podemos ter posições interessantes. Por exemplo, nós estamos a meia-dúzia de quilómetros do norte da África. O norte da África, quer por razões quer de capacidade económica, quer de população, tem mercados que não sendo brutais, são importantes. São mercados onde muitos dos países de origem dos produtos europeus têm dificuldades. Por exemplo, França tem dificuldades em mercados como a Argélia. Itália tem dificuldades em mercados como a Líbia, como o Egito. Espanha tem dificuldades em mercados como Marrocos. E nós, felizmente, temos uma posição relativamente simpática.
O que é que isto significa? Significa uma dificuldade que muitas vezes as empresas têm, que é uma questão cultural, é uma questão de língua, é uma questão de hábitos de consumo, é uma questão de perceber como um negócio se faz; é um negócio mais dirigido, é um negócio que não é tão livre como há na Europa. Aqui há sempre algum tipo de intermediação, muitas vezes é um papel que o Estado tem do ponto de vista daquilo que são as orientações dos produtos no mercado. E nesse aspeto, aquilo que nós chamamos de diplomacia económica, o que é no fundo também mobilizar o Estado, a primeira ponte entre estados para depois fazer chegar os produtos, durante anos fizemos uma diplomacia económica muito assente em empresas tipo Efacec, cimenteiras, a indústria pesada, construção civil, etc. E esquecemos ao longo deste tempo que havia um mercado, por exemplo, alimentar que se podia conquistar também.
Claro que há empresas que o fazem, há empresas que exportam. Agora, quando eu estou para me afogar há umas boias. E neste caso, quando o mercado começa a ter algumas dificuldades naquilo que é o nosso mercado mais tradicional, nós temos que ser um bocadinho ambiciosos, também haver aqui algum risco, que eventualmente não gostaríamos de adotar. Mas é um risco que se nós não corrermos também não teremos resultados. E a dificuldade é que exportar é uma coisa, internacionalizar é outra. Quer dizer, às vezes é também termos a noção da dimensão, e as empresas portuguesas por definição são empresas de pequena, média dimensão, não são muito grandes, não podem disparar para todos os lados, não têm meios para fazê-lo. Muitas vezes atuar em consórcio pode ser uma questão interessante.

A Centromarca tem vindo a sensibilizar as forças políticas para os seus principais dossiers. Quais são, atualmente, esses dossiers?
Primeiro, a questão básica, essencial, e na qual estamos a trabalhar em força é este: há que fazer a harmonização do IVA em todos os produtos alimentares. Não faz sentido que eu faça as minhas escolhas, mais à esquerda, mais à direita, porque sou conduzido fiscalmente para um produto.
E mais, para mim, o IVA tem um defeito, em relação à questão de que estávamos a falar antes, que é o maior de todos. O nosso IVA, as taxas reduzidas de IVA, são aplicadas a produtos que estão especificados no código. Nenhum produto inovador está especificado no código. Por isso, qualquer produto inovador paga logo, à cabeça, 23%. Há uma sobretaxa à inovação. Isso não faz sentido.
Depois, não faz sentido que produtos parecidos, muitas vezes completamente semelhantes, tenham taxas completamente diferentes. Terceiro, não faz sentido que cada um de nós, quando vai lançar um produto no mercado, tenha que fazer um exercício de boa-fé, e dizer lendo aqui parece para aqui, mas se eu ler aqui parece para ali. É um exercício de base de adivinhação que tem implicações fiscais fortes. O Estado devia avançar nesse sentido. Estamos perfeitamente abertos a negociar com o Estado. O Estado é quem tem de decidir, mas estamos abertos a negociar com o Estado. Eventualmente, a taxa mínima, para onde gostávamos de pôr tudo, pode não ser a taxa atual. Podemos, imaginando, aumentar um ponto a taxa mínima para ir buscar aquilo que o Estado vai perder de receita nas outras coisas. Não é uma questão de receita fiscal, é uma questão de harmonização fiscal. Nós queremos que as pessoas tenham gastos normais no seu consumo, se possível que façam alguma poupança, mas não é a questão de embaratecer os produtos. É uma questão de harmonia, de que não haja diferenciação e não haja discriminação.
Isto é um assunto do Ministério das Finanças, mas é um assunto em que nós precisamos de dois pontos certos, o Ministro da Agricultura e o Ministro da Economia. Esta é a primeira questão.
Segunda questão. Está de ser discutido em termos europeus um diploma
sobre prazos de pagamento. É um regulamento, vai ser aplicado em toda a União Europeia, não temos a certeza se ele ainda vai ser aprovado na atual legislatura europeia, já que vamos ter agora eleições europeias, mas se não for, que o seja depois. A questão prática é, independentemente dos prazos acordados pela lei, é fazer perceber que a circulação de dinheiro é fundamental à economia. E quando nós estamos a falar num período em que os juros, como falámos há pouco, são taxas elevadas, o custo de dinheiro é mais alto, a circulação de dinheiro favorece a economia. Permite, por exemplo as compras das minhas matérias-primas serem mais facilitadas, permite com que eu não necessite de crédito bancário da mesma forma, por aí vai. Há uma discussão séria e complicada sobre quais os prazos a adotar, acima de tudo que esses prazos sejam adotados não só pelo Estado relativamente aos seus pagamentos a particulares, como depois entre particulares, e que haja uma fiscalização efetiva de que estes prazos se fazem.
Terceira questão. Nós tivemos as greves dos agricultores nos últimos meses, as instituições europeias até como reação a essas greves têm que apresentar algumas medidas, essas medidas estão muito corporizadas num diploma que tem a ver com o que nós chamamos UTP, as Práticas Comerciais Desleais. É preciso que estas medidas que estamos aqui a desenhar – e aqui os governos têm um papel muito importante – sejam medidas práticas, que tenham impacto, mas que sejam medidas pouco burocráticas. Porque se vamos criar para dar resposta aos problemas, e depois na prática acaba por só a ter confusão a mais e nenhuma resolução… por isso, acima de tudo que as medidas que sejam adotadas, e algumas propostas estão em cima da mesa, sejam mais práticas, aplicáveis, aplicáveis a todos os Estados Membros, como seja uma coisa feita à medida de cada país nas suas dimensões.
A quarta questão. Nós temos um fenómeno em Portugal de há muitos anos de contrafação, falsificações, etc, que é preciso combater, sem dúvida. Mas temos um outro fenómeno chamado copycats, ou as copias parasitárias, que no grande consumo têm um peso relevante, espalhado em todo o tecido e que prejudica quem seriamente trabalha. É um fenómeno que está muito mal legislado, nós precisávamos construir conceitos que depois a lei aplicasse. Que muitas vezes não pode ser só em Portugal, tem que ser de alguma forma europeia, mas aqui estamos preparados para a legislação portuguesa o fazer.
Quinto ponto. Nós entendemos – e estamos a falar de um processo que vamos ter agora com o Portugal 2030, estamos a falar de negociações internacionais – que a marca, e o incorpóreo, o design, a patente, as marcas enquanto marcas, tem que ser uma parte importante daquilo que é o esforço de apoio que o Estado, através dos programas, faça. Eu vou construir uma fábrica nova, paredes, cimento, telhados, máquinas, tudo isso é relativamente fácil de enquadrar, e esquecemos que depois é preciso vender. E muito do vender passa por construção de marca, design, campanhas de programas nacionais. Por isso, fazer com que os programas de apoio adotem uma cultura marca. Perceberem que se nós queremos ter uma produção mais forte, se queremos ter um maior valor, isso precisa desta parte incorpórea, e que os programas de apoio também deem relevância a isto, quer do ponto de vista de tipologia de despesas que possam ser suportadas, quer do ponto de vista do percentual que isto pode representar no total.
Por isso, existir, o que nós chamamos de uma cultura de marca, que não é só uma estratégia das empresas. Que o Estado também faça esse papel de: nós temos programas de apoio que estamos a designar, e temos que pensar nisto. Porque se queremos converter uma produção de garrafas numa produção de valor acrescentado, temos que ser uma marca forte.

Sobre o autorAna Grácio Pinto

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A nova Marmelada Sem Conservantes Ferbar é feita exclusivamente com ingredientes naturais. Fonte natural de fibras e naturalmente isenta de glúten, possui o selo Produto de Portugal e está disponível nos pontos de venda habituais.

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A Ferbar acaba de lançar no mercado nacional a nova Marmelada Sem Conservantes que chega numa taça redonda e é feita apenas com marmelo e açúcar, seguindo uma receita caseira. Cozinhada a baixa temperatura e por um longo período, adquire um tom avermelhado e um sabor único, refere a empresa portuguesa.

A Marmelada Sem Conservantes Ferbar evoca memórias de infância, trazendo à mente as lembranças de avós a cozinhar marmelada, com o cheiro doce e acre no ar, e a tentação de provar ainda quente. Esta tradição afetiva faz com que a marmelada continue a ser uma escolha popular para lanches, pequenos-almoços e sobremesas de muitas casas portuguesas, lembra também..

Fonte natural de fibras e naturalmente isenta de glúten a Marmelada Sem Conservantes Ferbar possui o selo Produto de Portugal e está disponível nos pontos de venda habituais.

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ESG

Missão Continente distribuiu mais de 7,6 milhões de euros em produtos alimentares e não alimentares

“A Missão Continente, apoia quem mais precisa e cria uma das formas mais eficientes de combate ao desperdício alimentar, reforçando o seu papel, enquanto agente ativo, na criação de valor social positivo, junto das comunidades que apoia”, sublinha Nádia Reis, diretora de comunicação e responsabilidade social do Continente.

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No primeiro trimestre de 2024, a Missão Continente distribuiu mais de 7,6 milhões de euros em produtos alimentares e não alimentares a 1033 instituições de solidariedade social e de apoio a animais, por todo o país. Só em excedentes alimentares esse apoio totalizou mais de 7 milhões de euros, o equivalente a mais de 2 milhões de refeições salvas.

“O trabalho de reaproveitamento e redistribuição de excedentes remonta a 1994 e, atualmente, são centenas as instituições de solidariedade social e associações de bem-estar animal que são apoiadas, pois todas as lojas Continente têm parceria com instituições locais para a doação dos seus excedentes. Estas recolhas são feitas diariamente e, ano após ano, temos vindo a alargar o número de instituições beneficiadas, de modo a reforçar e robustecer a nossa presença nas comunidades. Desta forma, a Missão Continente, apoia quem mais precisa e cria uma das formas mais eficientes de combate ao desperdício alimentar, reforçando o seu papel, enquanto agente ativo, na criação de valor social positivo, junto das comunidades que apoia”, explica Nádia Reis, diretora de comunicação e responsabilidade social do Continente.

Os artigos alimentares doados são considerados excedentes quando perdem o seu caráter comercial, mas preservam todas as condições necessárias de consumo seguro, evitando o desperdício alimentar numa lógica de economia circular. Estes incluem produtos frescos como fruta, legumes mercearia e artigos de padaria, entre outros bens alimentares, bem como, bens não alimentares. Estas doações ocorrem durante todo o ano, abrangendo as mais de 350 lojas Continente, localizadas de norte a sul do território continental e arquipélagos.

O ano passado, a Missão Continente doou 30,8 milhões de euros em produtos alimentares e não alimentares a 1097 instituições de solidariedade social de todo o país. Só em excedentes alimentares, esse apoio totalizou 27,4 milhões de euros, o equivalente a mais de 7,8 milhões de refeições salvas. Para além das doações regulares a instituições, a Missão Continente disponibiliza ainda bens alimentares aos seus colaboradores para consumo nas áreas sociais das lojas e entrepostos da MC.

A contar com os excedentes das lojas Continente, Entrepostos, Wells, ZU, Bagga, Go Natural, Continente LABS e Note! a doação total representa mais de 7,9 milhões de euros.

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Bebidas

Missão inversa de compradores de vinhos do Reino Unido envolve 22 produtores nacionais e 12 do Reino Unido

A AEP – Associação Empresarial de Portugal recebe, até 4 de julho, uma missão inversa de compradores de vinhos do Reino Unido, que envolve 22 produtores nacionais e 12 do […]

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A AEP – Associação Empresarial de Portugal recebe, até 4 de julho, uma missão inversa de compradores de vinhos do Reino Unido, que envolve 22 produtores nacionais e 12 do Reino Unido.

Com uma organização conjunta entre a AEP e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Britânica, esta missão tem como objetivo promover o intercâmbio comercial e fortalecer as relações entre as empresas dos dois países.

“No ano passado as exportações de vinho para o Reino Unido foram muito dinâmicas, cresceram cerca de 5%, contrastando com a queda das exportações globais do setor para o mundo. Esta evolução permitiu reforçar o peso das exportações nacionais de vinhos para o Reino Unido, perfazendo os dois dígitos (10%)”, relembra Luís Miguel Ribeiro, presidente do conselho de administração da AEP.

Esta missão inversa de compradores de vinhos do Reino Unido está incluída no projeto BOW – Business on the Way, desenvolvido pela AEP, no âmbito do Portugal 2030 e do Compete 2030.

Participação portuguesa envolve 22 produtores
1. Aveleda
2. Barcos Wines
3. Casa Agrícola de Compostela
4. Casa de Vila Verde
5. Caves Messias
6. DFJ Vinhos
7. Geographic Wines Portugal
8. Gota
9. J. Portugal Ramos Vinhos
10. Kranemann Estates
11. Lavradores de Feitoria – Vinhos de Quinta
12. Lindeborg Wines
13. Martha’s Wine & Spirits
14. MWC Menin Wine Company
15. Quinta da Pacheca
16. Quinta do Vallado
17. Quinta dos Avidagos
18. Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo
19. Sociedade Agrícola Casa de Vila Nova
20. Sogrape Vinhos
21. Van Zellers & Co
22. VS Douro

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Retalho

Grupo Ibersol inaugura restaurante KFC na Charneca da Caparica

O KFC na Charneca da Caparica veio criar 25 novos postos de trabalho na margem sul do Tejo e juntar-se aos restaurantes em Almada, Cruz de Pau, Feijó e Barreiro.

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O Grupo Ibersol acaba de inaugurar um restaurante KFC na Charneca da Caparica.

Localizado na Rua de Oliveira Feijão, o espaço conta com sala de restaurante para 60 lugares sentados, parque de estacionamento, kiosks digitais, drive-thru e dispõe de take away e delivery, através dos agregadores Ubereats, Glovo e Bolt.

O KFC na Charneca da Caparica veio criar 25 novos postos de trabalho na margem sul do Tejo e juntar-se aos restaurantes em Almada, Cruz de Pau, Feijó e Barreiro.

A KFC conta agora com 66 restaurantes em Portugal, onde está presente desde 1996. O Grupo Ibersol inaugurou em 2023 onze novos restaurantes KFC, nove em Portugal – Santa Iria da Azoia, Beja, Carregado, Viseu, Feijó, Abrantes, Loures, Madeira e Algés – e dois restaurantes em Espanha, representando estas aberturas 250 novos postos de trabalho criados.

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Bebidas

Symington lança quatro grandes Portos Vintage das suas garrafeiras

Designados ‘Library Release’, os Portos Vintage Dow’s, Graham’s e Warre’s 2003 e Quinta do Vesúvio 1995, estão a ser lançadas das garrafeiras da família e em quantidades limitadas.

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Os lançamentos de Portos Vintage Dow’s, Graham’s e Warre’s 2003 e Quinta do Vesúvio 1995, com 20 a 30 anos de guarda, foram designados ‘Library Release’ para sinalizar que as garrafas envelheceram em perfeitas condições nas garrafeiras da família Symington.

Os rótulos foram redesenhados para os distinguir do lançamento original ‘en primeur’. Cada casa procurou inspiração no seu legado e estética identitária para criar roupagens distintas que transmitam mensagens chave sobre os vinhos. Pela primeira vez, os rótulos indicam quantos anos o vinho envelheceu em garrafa nas garrafeiras da família – a par de informação referente às datas de engarrafamento e lançamento, informa a Symington.

Há também indicação que se trata da 2ª vez que o vinho é formalmente lançado, duas a três décadas após o lançamento inicial. Estes ‘Library Release’ foram rearolhados para garantir a qualidade e os rótulos incluem o ano em que o processo foi concluído.

Os 2003 estão a ser lançados em paralelo com o Porto Vintage Quinta do Vesúvio 1995, a sétima vindima da família na quinta desde que adquiriram a propriedade do Douro em 1989. ‘No seguimento de cada lançamento Vintage, en primeur, a nossa família tem sempre reservado uma pequena quantidade para envelhecimento nas nossas caves para colocar no mercado décadas depois. O que estamos a fazer agora de modo diferente é fazer uma distinção entre estes Library Release, comparativamente ao primeiro lançamento, enfatizando o facto destas garrafas terem envelhecido nas condições perfeitas das nossas próprias caves”, detalha Harry Symington.

O responsável Porto Vintage da Symington explica ainda que a terceira fase de lançamento de Portos Vintage ocorre quando os vinhos atingem “níveis extraordinários de evolução, após 40 a 60 anos de envelhecimento, e lançamos uma quantidade restrita de garrafas numeradas no que designamos: ‘Private Cellar’”.

Estes Portos Vintage ‘Library Release’ estarão disponíveis a partir de setembro de 2024.

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O Lidl e o Electrão juntaram-se para mais uma edição do programa TransforMAR

O Lidl e o Electrão juntaram-se para mais uma edição do programa TransforMAR

ESG

Programa TransforMAR vai premiar três projetos que contribuam para a proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos

O Lidl e o Electrão juntaram-se para mais uma edição do programa TransforMAR.

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O programa TransforMAR está de regresso para sensibilizar para a importância de uma boa conduta ambiental e para os princípios da economia circular, através da reciclagem e redução do desperdício dos resíduos de plástico e metal. Este programa surge de uma iniciativa pioneira do Lidl Portugal, juntamente com o Electrão, em parceria com a Marinha Portuguesa e Brigada do Mar, contando com com o apoio da  Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Quercus.

Depois de nos últimos seis anos ter recolhido mais de 227 toneladas de resíduos plásticos e metal das praias e mares e rios portugueses, transformando-os em benefício da comunidade, o programa promove este ano o Prémio TransforMAR, que premiará com 30 mil euros três projetos que contribuam para a proteção dos oceanos e dos ecossistemas aquáticos. As inscrições já estão abertas em programatransformar.pt e decorrem até ao dia 10 de setembro. Podem candidatar-se projetos nas seguintes áreas: redução de plástico nos oceanos, limpeza dos mares e orla costeira, transformação e/ou reciclagem de resíduos marinhos, proteção das espécies marinhas e sensibiluzação e/ou educação ambiental.

A par do Prémio TransforMAR, o programa irá estar presente em 10 praias de norte a sul do país, durante o mês de agosto, com a dinamização de atividades de sensibilização para toda a família, e prossegue com a sua  aproximação à comunidade escolar, promovendo ações lúdico-pedagógicas para crianças em colónias de férias.

Adicionalmente, em parceria com a ONG Brigada do Mar, que se associa pelo 5ª ano consecutivo ao TransforMAR,  serão realizadas 18 ações de limpeza tanto da costa portuguesa, em praia, como dos rios, com o objetivo de recolher grandes quantidades de resíduos plástico, contribuindo para a descontaminação e proteção daquelas zonas, bem como dos ecossistemas aquáticos.

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Compal Origens de Marmelo do Alentejo

Compal Origens de Marmelo do Alentejo

Bebidas

Nova edição especial de Compal Origens com fruta exclusiva de formanda da Academia do Centro de Frutologia Compal

A edição limitada de Compal Origens Marmelo do Alentejo é exclusivamente feita com fruta produzida pela fruticultora Aurora Santos. 

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Foi um dos primeiros sabores lançados no mercado Compal e renasce agora no âmbito da formação e do investimento do Centro de Frutologia Compal, uma iniciativa da marca que apoia jovens agricultores e empreendedores frutícolas, com formação e bolsas de instalação, que ambicionam produzir as frutas com melhor qualidade a nível nacional.
Aurora Santos, que trabalha em proximidade com a Compal desde 2017, sendo formanda da Academia do Centro de Frutologia Compal, tem um pomar de quatro hectares de marmelos, fruta aromática, saborosa e de elevada qualidade.

A edição limitada de Compal Origens Marmelo do Alentejo é o tema da mais recente campanha promocional da marca e comunica o apoio que presta aos jovens agricultores portugueses.

A campanha agora lançada relata a história da parceria entre o Centro de Frutologia Compal e a fruticultora Aurora Santos, na voz da própria. Trata-se de um acontecimento histórico que põe em evidência a relevância da frutologia para a marca, assim como o seu traço característico da portugalidade, salientando a origem e a exclusividade da fruta.

“A edição limitada de Compal Origens de Marmelo do Alentejo evoca o legado da marca e é a prova viva do impacto positivo que o Centro de Frutologia Compal tem na agricultura nacional, apoiando, neste caso, a fruticultora Aurora Santos, em claro benefício para os nossos consumidores”, refere Joana Ferreira, marketing manager de nutrição de Compal.

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Retalho

Primor inaugura nova loja em Lisboa

A nova loja no Centro Colombo apresenta um design e uma experiência de compra inovadores, alinhados com os últimos padrões da cadeia e com uma gama que abrange todas as categorias oferecidas pela marca.

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tagsPrimor

A Primor inaugurou uma nova loja em Lisboa, no Centro Colombo. Com cerca de 200 metros quadrados, no Piso 1, a nova loja apresenta um design e uma experiência de compra inovadores, alinhados com os últimos padrões da cadeia e com uma gama que abrange todas as categorias oferecidas pela marca: perfumes, cuidados com o cabelo, maquilhagem, cosmética, parafarmácia, entre outros produtos.

Num único piso, esta loja pretende ser uma referência na sua categoria, maximizando os metros lineares disponíveis, ganhando espaço para armazenamento e melhorando a experiência de compra dos clientes. As áreas amplas e luminosas foram desenhadas para se adaptarem às necessidades e preferências dos consumidores, oferecendo-lhes um valor acrescentado, refere a marca em comunicado.

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Retalho

Empresas do retalho e bens de consumo apoiam a adoção de QR Codes com standards GS1

A declaração conjunta inclui plataformas de comércio eletrónico e defende a adoção global, até 2027, dos códigos de barras com recurso a standards GS1, a organização que representa o sistema de standards que, entre outros, inclui o QR Code.

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No dia em que que assinalaram os 50 anos da primeira leitura do código de barras, 22 das maiores empresas de retalho e bens de consumo juntaram-se para apelar à transição da codificação para QR Codes com standards GS1.

A declaração conjunta, que inclui plataformas de comércio eletrónico, defende a adoção global, até 2027, dos códigos de barras com recurso a standards GS1, a organização que representa o sistema de standards que, entre outros, inclui o QR Code.

Desde a primeiro leitura de código de barras em 1974, a colaboração entre retalhistas e fabricantes com recurso a standards GS1 conduziu a uma adoção generalizada do código de barras original. “Hoje, esta tecnologia é garantia de confiança universal para a identificação de produtos, com mais de mil milhões de artigos com códigos de barras que são lidos mais de 10 mil milhões de vezes diariamente, aumentando a eficiência das cadeias de valor em todo o mundo. Face à importância que tem, o código de barras da GS1 foi considerado em 2016 pela BBC uma das 50 inovações ‘estruturantes para a economia mundial’”, destaca a GS1 Portugal num comunicado.

A iniciativa conjunta das 22 empresas globais, que operam em mais de 160 países, pretende a utilização de standards globais de eficiência, segurança e sustentabilidade no setor do retalho e de bens de consumo. O objetivo é que, até ao final de 2027, os QR Codes GS1 sejam adotados amplamente, a nível global. Para concretizar esse objetivo, é necessário um esforço coordenado entre os fabricantes e os retalhistas: os fabricantes devem começar a implementar os QR Codes com as normas GS1 nas embalagens dos produtos, enquanto os retalhistas devem assegurar que os seus leitores de pontos de venda estão equipados para ler os novos códigos de barras bidimensionais, sublinha a GS1 Portugal, responsável pela introdução do código de barras no país, há 38 anos.

Os QR Codes desenvolvidos pela GS1 “podem permitir aos consumidores o acesso fácil a grande quantidade de informação sobre os produtos para melhorar a sua experiência, nomeadamente, instruções de utilização e reciclagem, segurança, informação nutricional e certificações da indústria”, revela ainda. A nova tecnologia a ser testada em 48 países de todo o mundo.

Assinaram a declaração conjunta global as empresas Alibaba.com, AS Watson, Barilla Group, Carrefour, 7-Eleven, Dr. Oetker, IGA, JD.com Group, Lidl International, L’Oréal, Master Kong, Mengniu Group, Metro, Migros Ticaret A.S., Mondelēz International, Nestlé, The Procter & Gamble Company, Savencia Fromage & Dairy, The J.M. Smucker Co., Tsingtao Beer Group, WH Group e Yili Group.

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Retalho

Três primeiras lojas Portugália Balcão reabrem com um conceito renovado

As lojas de Almada, Campo Pequeno e Sintra são as primeiras a adotar o novo conceito. Nos próximos meses, várias lojas Portugália Balcão serão gradualmente adaptadas a este novo conceito e imagem.

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As três primeiras lojas Portugália Balcão, localizadas no Almada Fórum, Campo Pequeno e Alegro Sintra, reabriram com um conceito renovado lojas . Foram totalmente renovadas, adotando uma nova arquitetura alinhada com a nova identidade da marca. A experiência do cliente foi significativamente melhorada com o aumento do número de Kiosks digitais, permitindo aos clientes fazerem os seus próprios pedidos de forma prática e rápida, avança a marca que faz parte do Grupo Portugália restauração.

“Estamos muito entusiasmados com a reabertura das primeiras lojas Portugália Balcão renovadas em Almada, Campo Pequeno e Sintra. Esta transformação representa não apenas uma modernização dos nossos espaços, mas também um compromisso renovado com a qualidade e inovação que sempre caracterizaram a nossa marca. Ao adotar um novo conceito de arquitetura e ao melhorar a experiência do cliente, estamos a proporcionar um serviço mais prático e rápido, alinhado com as expectativas dos nossos clientes.”, sublinha José Maria Carvalho Martins, diretor geral da Portugália.

 

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