Campanha de Pera Rocha arrancou com revisão de expectativas de produção
Símbolo de sustentabilidade no Oeste, a Pera Rocha é fundamental para a economia e a vida de mais de 2.500 famílias naquela região.
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Já começou a apanha da Pera Rocha, com a ANP (Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha) a anunciar uma revisão das expectativas para esta campanha 2024, como consequência das “condições climáticas adversas e questões fitossanitárias”.
“Os produtores esperam agora uma produção ao nível ou ligeiramente inferior à do ano passado, mas continuam comprometidos com a máxima qualidade deste fruto tão icónico e em trazer à casa dos consumidores a melhor Pera Rocha nacional”, destaca a ANP.
A apanha da Pera Rocha é “um marco anual para a região e para o país”, sublinha a associação, acrescentando que simboliza não apenas a colheita e comercialização deste fruto DOP, mas também a renovação de uma tradição que sustenta a economia e a vida “de mais de 2.500 famílias na região Oeste de Portugal” e que gera anualmente receitas superiores a 85 milhões de euros.
Produção é vital para o Oeste
“Apesar dos esforços de todo o setor, as condições climáticas têm impactado negativamente a produção gerando menor produtividade e condições propícias ao desenvolvimento de pragas que afetam a produção”, explica Filipe Ribeiro, presidente da ANP, sublinhando, porém, que esta situação em nada compromete “a qualidade deste fruto tão rico e tão nacional, estando os produtores e agentes do setor a trabalhar a todo o gás para fazer chegar aos consumidores a mais fresca, local e da época Pera Rocha”.
Com uma área de 11.297 hectares dedicados ao cultivo de pereiras em Portugal, dos quais 84% estão concentrados na zona Oeste, a campanha de apanha da Pera Rocha é vital para a região e envolve mais de 15 mil pessoas.
“Num esforço coletivo ímpar, produtores, colaboradores e centrais fruteiras da região estarão nas próximas semanas em plena atividade, processando mais de uma centena de milhares de toneladas de Pera Rocha. Equipadas com tecnologia de ponta, estas instalações garantem a separação precisa das frutas por calibre, tipo e qualidade, assegurando o fornecimento de Pera Rocha com a Denominação de Origem Protegida que distingue a Pera Rocha do Oeste”, refere ainda a ANP.
De referir que Portugal integra o top 5 dos maiores produtores de pera na Europa, com a variedade Pera Rocha a manter-se como símbolo da região Oeste. Este fruto é exportado para mais de 20 países, com destaque para o mercado europeu, Marrocos e Brasil.
No global do setor das frutas, legumes e flores, os mais recentes dados do INE indicam que as exportações de cresceram 13,4% nos primeiros seis meses do ano. A União Europeia absorve 81% das vendas de frutas, legumes e flores produzidos em Portugal e os principais destinos são Espanha (32%), França, Países Baixos, Alemanha e Reino Unido. Cerca de 74% do valor das vendas concentra-se nestes 5 principais mercados.
De acordo com os dados do INE, divulgados este mês e analisados pela Portugal Fresh, as exportações atingiram 1,18 mil milhões de euros entre janeiro e junho deste ano. Em volume, regista-se uma subida de 4,2% em comparação com o primeiro semestre de 2023, para um total de 763 milhões de quilos.