Preço dos alimentos aumentará nos próximos 10 anos
De acordo com o relatório da OCDE-FAO, os preços médios do trigo e dos cereais secundários durante os próximos 10 anos deverão crescer entre os 15 e 40%.
Victor Jorge
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O relatório recente da OCDE-FAO 2010-19, relativamente às perspectivas agrícolas para os próximos 10 anos, situa os aumentos dos preços médios do trigo e dos cereais secundários durante os próximos 10 anos entre os 15 e 40%, ficando, assim, acima dos níveis médios durante o período 1997-2006.
As subidas dos preços do gado na próxima década serão, em geral, menos acentuadas, amortizadas pelos aumentos da produtividade, embora a procura mundial de carne cresça mais rapidamente que a dos outros produtos agrícolas à medida que o aumento da riqueza de alguns sectores da população dos países emergentes leva a alterações dos hábitos alimentares.
O crescimento económico sustentados nos mercados emergentes é um factor importante que levará a uma procura crescente e preços mais altos, admite o relatório da OCDE-FAO. “A contínua expansão da produção de bio-combustíveis pressupõe, também, uma procura adicional de trigo, cereais secundários, azeite e açúcar”, dizem as duas entidades.
O relatório aponta para um crescimento da produção agrícola mundial mais lento durante a próxima década, face aos dez anos anteriores. Contudo, contudo, mantém-se o ritmo anunciado no que diz respeito às estimativas prévias para cobrir o aumento de 70% na produção mundial de alimentos requerido para satisfazer a procura quanto aos níveis de população esperados para 2050.
O Brasil aparece como o produtor agrícola com um crescimento mais acentuado, estimando-se em 40% até 2019. Com evoluções acima dos 20% aparecem, também, Rússia, Ucrânia, China e Índia.
O relatório refere ainda que, embora o mundo produza o suficiente para alimentar a população, os recentes aumentos de preços e a crise económica contribuíram para o aumento da fome e da insegurança alimentar. Assim, “será necessário aumentar a produção e a produtividade agrícola, bem como um sistema comercial regulamentado e que funcione correctamente, sendo estas premissas cruciais para que se possa concorrer de forma equitativa e garantir que os alimentos possam chegar às zonas deficitárias”, salienta o documento.
A volatilidade dos preços representa uma grave preocupação para os responsáveis das políticas, já que os recentes acontecimentos – déficit/superavit de produção, reservas, flutuações de preços do petróleo e recessão económica mundial – perturbaram os mercados de produtos básicos agrícolas.
O relatório da OCDE-FAO assinala que, embora a volatilidade dos preços a curto prazo seja elevada, não há evidências conclusivas sobre o seu comportamento a longo prazo. “O grau de flutuação dos preços mundiais transmitido aos mercados domésticos varia muito de país para país”, refere o relatório, pelo que “a transmissão de preços dependerá da forma em que um país está integrado no mercado mundial, das suas infra-estruturas e, mais importante, a sua política agrícola e comercial”.