Escassez de armazéns logísticos de qualidade leva a aumento de rendas em 2016
A escassez de armazéns logísticos de qualidade levou a uma subida média de 10% das rendas prime nas duas principais cidades do país
Ana Catarina Monteiro
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A escassez de armazéns logísticos de qualidade levou a uma subida média de 10% das rendas prime junto das duas principais cidades do País em 2016.
De acordo com o estudo “Prespetiva imobiliária”, levado a cabo pela consultora imobiliária CBRE, em 2016 a ocupação de espaços destinados à armazenagem e logística na grande Lisboa aumentou 10%, atingindo um total de 146 mil metros quadrados (35 negócios), uma área 10% acima de 2015 mas, ainda assim, abaixo da média dos últimos dez anos. A área de espaços transacionados no segundo semestre do ano passado foi 50% inferior à registada nos primeiros seis meses do ano, tendo atingido os 49 mil metros quadrados com 15 negócios.
O maior aumento anual em termos de valores de arrandamento atribui-se à zona do aerorporto do Porto (14% face a 2015). A zona prime da Maia observa um aumento homólogo de 8%, assim como a zona do Carregado – Azambuja em que no final de 2016, a renda situava-se nos 3,5 euros por metro quadrado ao mês. Por outro lado, a elevada disponibilidade de espaços industriais e logísticos nas zonas a sul do rio Tejo levou a uma diminuição dos valores das rendas prime, que se fixaram no último trimestre do ano em 2,75euros/m2/mês.
A CBRE explica ainda, em comunicado, que para este ano está previsto o arranque da construção de naves logísticas na plataforma Lisboa-Norte, em Castanheira do Ribatejo, projeto com um potencial de desenvolvimento de 430 000 metros quadrados de área bruta de construção. A contrução deve “ganhar um novo ímpeto após ter sido adquirido pela Merlin em 2016 e com o anúncio recente de que a cadeia de distribuição alimentar Jerónimo Martins pretende desenvolver, em diversos lotes do projeto, uma plataforma para instalar uma unidade de processamento de carne e distribuição”.
Além disso, este ano a cadeia espanhola Mercadona, que anunciou a entrada em Portugal em 2019, deve arrancar com a construção da plataforma logística nos arredores do Porto, onde a oferta de espaços de qualidade permanece “escassa”. O que impulsiona a execução de projetos feitos à medida, como são exemplos as plataformas logísticas, recentemente concluídas, das empresas ID Logistics, Schenker e Jerónimo Martins.