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Com menos dinheiro no bolso, consumidores exploram formas criativas de otimizar orçamento de Natal
A inflação e as taxas de juro estão a condicionar os gastos dos consumidores neste natal que, segundo um inquérito da Accenture, pretendem gastar menos e explorar formas criativas, mas práticas, de otimizar o orçamento para esta época festiva
Rita Gonçalves
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Cortar nos gastos, fazer concessões e imprimir criatividade nos gastos de Natal. A inflação e as taxas de juro estão a condicionar os gastos dos consumidores neste natal que, segundo um inquérito da Accenture, pretendem gastar menos e explorar formas criativas, mas práticas, de otimizar o orçamento para esta época festiva. Enquanto uns mostram-se dispostos a comprometer a conveniência para poupar dinheiro, optando pela recolha das compras em loja, outros comprometem-se de antemão a não trocar presentes com os adultos. Outros ainda optam pela compra de materiais para fazer presentes caseiros.
Outra mudança esperada é a potencial inversão da prolongada época de compras de fim de ano, uma vez que os consumidores tencionam comprar logo a partir de outubro e até dezembro. A criatividade é, por isso, a palavra de ordem na gestão do orçamento familiar.
Segundo o 17º Inquérito anual sobre as compras de natal da Accenture, realizado junto de 1.500 consumidores mundiais, seis em cada dez consumidores já estão – ou planeiam – reduzir a oferta de presentes a familiares e amigos próximos devido a restrições orçamentais, aumentando para 69% no caso de familiares e amigos alargados. Ao mesmo tempo, pouco mais de metade (52%) dos consumidores concordaram – ou planeiam concordar – em não trocar presentes com outros adultos.
“O ambiente económico está a ter impacto na confiança dos consumidores, resultando no que poderá ser o aparecimento de compradores muito mais ponderados, que podem ser descritos como ‘pragmáticos criativos'”, comenta Jill Standish, senior managing director da Accenture e responsável pela área do retalho na consultora. “Apesar de estarem cientes da realidade de que poderão ter de fazer cortes em algumas áreas, estão também a encontrar formas inovadoras de otimizar o valor disponível para as épocas festivas de final de ano, como a compra de materiais para fazer presentes caseiros”, acrescenta.
Segundo este inquérito, os consumidores planeiam gastar em média 591 dólares (545 euros) nesta época festiva, o que representa menos 5% do que no ano passado.
As alterações de consumo têm implicações nas estratégias dos retalhistas que devem ser reavaliadas, aconselha. “Repensar as estratégias testadas e comprovadas do passado e concentrar-se em obter uma informações baseadas em dados de cada consumidor individual e, em seguida, usar essa visão para ajudar a reduzir a complexidade da experiência de compra, construir confiança e melhorar a lealdade à marca”, diz Jill Standish.
“Em tempos como este fornecer uma comunicação consistente e clara sobre as informações de que os consumidores precisam ao fazer compras pode fazer toda a diferença. Significa ser direto quanto ao custo das devoluções, à disponibilidade e às descrições dos produtos. A longo prazo, esta é uma oportunidade para aumentar a fidelidade à marca, que pode perdurar para além da época festiva”, termina o executivo da Accenture.